CURTO & GROSSO

Edição de 28/03/2011

Marcos Antonio Moreira - fazperereca@yahoo.com.br

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Com grande alarde, a CNBB lançou um documento intitulado "Fraternidade e a Vida no Planeta" como orientação da Campanha da Fraternidade de 2011.

Tratando-se de um documento teológico-político, sua preocupação central consiste em influir no atual debate sobre as relações entre civilização moderna e meio ambiente.

Mais especificamente, seu objetivo reside em participar diretamente da discussão atual sobre a revisão do Código Florestal.

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Pela quarta semana consecutiva o Excelentíssimo e Ilustríssimo Sr. Dr. Governador deixou de comparecer à reunião estatutária das segundas-feiras na sede da Ageporca, onde, de direito, responde pela presidência.

No dia 7, faltou porque era segunda de Carnaval; na seguinte, 14, não foi por conta de uma visita de cortesia ao Tribunal de Contas; na segunda passada, 21, foi dar um rolé na Paulicéia Desvairada e prestigiar a solene inauguração de um escritório tão desvairado quanto e, hoje, passou a manhã tricotando com o prefeito Chico Galindo.

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ICMS mais caro do "praneta" à parte, um dos orgulhos da raça -- da racinha paiagueira, bem entendido -- é estufar o peito para dizer que Mato Grosso, em dez anos, passou de importador a exportador de energia, graças à Usina dos Mansos e a um rosário de Pequenas Centrais Hidrelétricas -- as famigeradas PCHs.

Acontece, meu bem, acontece que, para a população, este negócio de usina, PCH, o escambau é o que se pode chamar de "acordo caracu" -- aquele que o empresário entra com a cara e a bugrada com o resto.

Nenhuma, rigorosamente nenhuma PCH -- obras físicas, equipamentos, desapropriações, talicoisa, coisitali -- é bancada por quem pomposamente se autoproclama "investidor": a grana vem toda do BNDES e a "viabilidade" econômica do "empreendimento" é antecipamente assegurada através de leilões de energia.

Funciona assim: o tal "investidor" que não investe nada coloca tantos megawatts em leilão e uma empresa interessada, de qualquer região do País, arremata a prenda e, via interligação nacional do sistema de distribuição, passa a usar aquela "energia limpa", pouco se lixando para o estrago provocado no ponto de origem.

Mato Grosso -- aquele belo País a Oeste de Tordesilhas onde não existe uma residência, um estabelecimento comercial ou industrial que, nos últimos três meses, já não teve um ou vários equipamentos eletro-eletrônicos torrados por conta da oscilação de energia, apagões à parte -- exporta o que lhe falta e, de quebra, arca com todos os prejuízos sociais e ambientais.

Desde uma fatídica madrugada, na Era do Desfrute, quando a Assembléia Legislativa aprovou projeto da Sema -- sempre ela! --, a capacidade de geração das tais PCHs foi triplicada: passou de 10 para 30 megas, com "direito" a dispensa de Eia/Rima -- Estudo de Impacto Ambiental e conseguente Relatório de Impacto Ambiental --, et pour cause, os tais "investidores" desobrigados de quaisquer providências mitigadoras. Foi a institucionalização da política da terra arrasada.

A nova lei das PCHs, votada na calada da noite -- pra variar um pouco, só aqui foi registrada a ocorrência -- tinha duplo objetivo:

- primeiro de tudo, "legalizar" ínúmeras PCHs que, no papel, tinham "x" de capacidade de geração instalada e, na vida real, geravam o dobro e até o triplo, caso, por exemplo, também denunciado aqui, de uma usina do grupo Amper, no rio Braço Norte, município de Guarantã do Norte, e...

- segundo de tudo, estabelecer uma reserva de mercado para o Grupo Amaggi -- na época, Soja Majestade era "assim" com o governador; indicava até secretário de Agricultura, W$ no caso -- em praticamente todos os rios da região do Chapadão do Pareci; sozinho, via Amaggi Energia ou em sociedade com o então secretário de Indústia e Comércio, Carlos Al-Mallone.

"Indeusde" então, os tais "empreendedores" de PCHs ficaram dispensados, ainda, de pagar royalties aos municípios onde ficam as quedas d'água e as terras alagadas ou seja, além de ter o patrimônio natural dilapidado, a área de produção diminuída; o potencial turístico reduzido a xerox de peido de cavalo de bandido de filme bang-bang italiano, mais esta: os prefeitos ainda ficam de mãozinhas abanando -- como Soja Majestade gosta.

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-- informa e komenta a koluna Eparrê da edição desta terça do saite "Turma do Êpa".

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Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Ficar parada no trânsito de São Paulo me dá às vezes ideias mirabolantes a respeito do mundo, das pessoas, dos temas que escrevo. Olho as pessoas nas naves fechadas de vidros escuros e só consigo pensar nos Jetsons. No trânsito, mas com foguetinhos, pelo ar. Agora, com essa nova ondinha de família feliz, dá para fazer o perfil dos proprietários. E eu viajo na imaginação para passar o tempo engarrafado.

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Moradora do pacificado morro Santa Marta (Botafogo, zona sul do Rio), Maria Luciele da Silva, 25, tomou um sustou ao ver que tinha de pagar R$ 82 na conta de luz de janeiro, valor superior à média de R$ 50.

A surpresa da cearense que vive no Rio há um ano e meio com mais cinco pessoas numa pequena casa no morro se repete em milhares de lares, cujos proprietários perderam o benefício da tarifa social de energia.

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Um verdadeiro clube dentro de casa!







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