CURTO & GROSSO

Edição de 27/03/2017

Marcos Antonio Moreira - fazperereca@yahoo.com.br

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UM LOBISTA-MONSTRO NO TOPO DO MINISTÉRIO

Freio de arrumação
OU BLAIRO MAGGI NÃO É "O CARA!"

A comovente estória do menininho de uma família tão pobrezinha, tadinho, que foi acalantado numa caixa de sapato, snifff... snifff, ganhou destaque na valorosa em 2004, por se tratar do mesmo elemento, então milionário, em reais -- hoje é bi, em dólares -- que disputava o governo do Estado de Mato Grosso naquela eleição, em cumprimento a uma promessa à Padroeira do Brasil, por conta de um milagre que salvou a vida da filha, acometida de grave mal.

Isto apesar de a penitência a que se impôs ser nem um pouco católica, pois, além de mentir, até disso tratou de tirar vantagem ao garantir, de pés juntos e com a mão sobre a Bíblia Sagrada, que dedicaria parte de sua fortuna -- por outra, do caixa dois das multinacionais dos inseticidas e transgênicos -- e passar quatro anos no Paiaguás, sem salário, e voltar rapidão a cuidar dos negócios que herdou do pai, avô da piá. Mas qual o quê!

Passou a perna na Santa e saiu candidato à reeleição contra um semovente escolhido a dedo para perder: o então senador Pés de Barro -- aquele que topa qualquer coisa por 30 moedas. Não foi a primeira investida do Herdeirinho Mimadinho do Vale do Rio Bostinha nesta seara, pois era primeiro-suplente do falecido senador Jonas Pinheiro, líder da bancada ruralista, na condição de seu principal operador -- no pior sentido do termo.

Já naquele período exercitava tal ocupação agora desmascarada pela Lava-Jato e suas vísceras expostas ao Sol pela Carne Fraca. Reeleito, finalmente conseguiu emplacar alguém no topo, o também finado deputado federal Odílio Balbinotti, cujas qualificação se resumia ao fato de ser vizinho, em Rondonópolis, de um de seus trocentos latifúndios. Este rodou 20 dias depois, graças a uma bem nutrida "capivara".

Com seus tentáculos no aparato oficial do agro e nas múltis do setor, reemplacou novo ministro, um certo Uri Geller ou algo assemelhado, que acabou preso da Operação Terra Prometida, por conta de um esquema de grilagem de lotes de trabalhadores sem terra na valorizadíssima região de Lucas do Rio Verde. Este saiu da cadeia e foi direto assessorar ex-Soja Majestade na Esplanada, escanchado justamente no comércio exterior de... carnes.

O cabuloso patrasmente e o malcheiroso presentemente não recomendam a lombrosiana figura do senhor Blairo Borges Maggi et caterva, se é que se pretende mesmo fazer uma ampla assepsia nas necrosadas práticas vigentes no Ministério de Agricultura e Abastecimento -- não apenas no segmento das carnes, também no de vacinas, sementes e agrotóxicos --, a fim de reconquistar a credibilidade externa e estancar os engulhos da bugrada,

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Desesperançados. Achei a palavra. Passei a semana pensando sobre isso, eu própria meio taciturna, estranha, apreensiva. Sem conseguir ver a tal luz que abre o caminho. Cansada de todo dia a mesma coisa, alguma surpresa ou revelação de como o poço é fundo. Estou falando do Brasil. Estou falando de todos nós, uns mais outros menos, não é mesmo? Mas todos nós.

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A disjuntiva que as delações da Odebrecht impõem à política brasileira é, digamos, simples: ou acontece tudo ou não acontece nada. Vistas as coisas tal qual se apresentam, o “nada” é o favorito.

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A decisão -- ainda não admitida publicamente pelos grandes frigoríficos --, é exigir do governo do Brasil, na Justiça, reparação de danos que podem chegar anualmente a US$ 14 bilhões, equivalentes a R$ 40 bilhões.

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