Os caros leitores, adeptos e adversários de Lula, farão a gentileza de perdoar este colunista, que neste momento discorda de todos; acredita que o juiz singular, mais os três, unânimes, do Tribunal Federal de Recursos, não se enganariam ao condená-lo – e por um só crime, havendo acusações ainda pendentes.
Mas discorda de quem o quer atrás das grades. Negar sua candidatura por ter a ficha suja, OK: mas prendê-lo para que? Vingança?
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Maior caso de corrupção da História antes da Lava Jato, o Mensalão relatado pelo ministro Joaquim Barbosa rendeu 26 condenações de figurões do governo Lula, mas o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) se encarregou da pizza, reduzindo penas, mandando para o regime aberto e até perdoando condenações de corruptos notórios.
Se a história se repetir hoje, Lula tem tudo para garantir a impunidade.
Dá-se como certo que o placar será de 6 x 5 – seja para que o Supremo Tribunal Federal conceda ou negue o pedido de habeas corpus de Lula. E que o voto decisivo será dado pela ministra Rosa Weber. Pode não ser bem assim.
A presidente do Supremo Tribunal, ministra Cármen Lúcia, veio a público, em pronunciamento anteontem na TV, para pedir “serenidade”.
O apelo foi uma tentativa de acalmar os ânimos ante o clima de tensão envolvendo a sessão do Supremo que analisará, hoje, o pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula da Silva.
Embora louvável, a iniciativa da ministra Cármen tende a ser tardia e inócua, pois quem quer que se sinta contrariado com a decisão do Supremo não reconhecerá a legitimidade do resultado.
E isso só acontece porque o Supremo não vem se dando ao respeito, especialmente no que concerne ao caso do ex-presidente Lula.
Sob intensa pressão nos últimos dias, o plenário do Supremo Tribunal Federal pautou para esta quarta-feira, dia 4 de abril, a análise do habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Mais do que definir o destino do líder petista, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro a 12 anos e 1 mês de prisão, o julgamento vem sendo tratado como fator determinante para o futuro das investigações de combate aos chamados crimes de colarinho-branco por ter potencial de rever a jurisprudência da Corte que permite a prisão após condenação em segunda instância.
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, escreveu no Twitter que a Força “julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia”.
Segundo o general, que não citou o HC de Lula, o Exército se “mantém atento às suas missões institucionais”.
Na véspera da sessão, representantes da Operação Lava Jato reforçaram as manifestações contra a revisão do entendimento firmado pelo Supremo em outubro de 2016.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, classificou o julgamento como um “dos mais importantes da história do Supremo”.
Além de definir sobre a possível prisão do ex-presidente, o resultado dos votos dos 11 ministros poderá ter impacto na execução penal de pelo menos outros 20 condenados na segunda instância da Lava Jato. O tema divide a Corte.
No início da noite de ontem, houve atos em diversas cidades pela rejeição do HC e a favor da manutenção da atual regra.
Eventos em defesa de Lula foram realizados ontem e estão previstos para esta quarta.
O ex-presidente vai acompanhar o julgamento no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), ao lado de aliados.