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TEMA LIVRE : João Vieira

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Grande Encontro
29/09/2007

Os povos das florestas do Brasil, por suas lideranças e/ou quadros representativos, se encontraram em Brasília neste Setembro seco e quente de 2007, em transcurso. O primeiro encontro desses povos ocorrera em Xapuri, Acre, no Ano de 1987, por inspiração e organização do líder da florestania, Chico Mendes. Como é do conhecimento geral, foi ele logo, logo assassinado exatamente porque liderava e organizava: os povos até então pouco visíveis das florestas; e que desde então, formaram e implementaram a Aliança dos Povos das Florestas.

O segundo (grande) encontro se deveu à iniciativa de entidades que congregam povos de florestas do Brasil em geral, e da Amazônia em particular, em que se destacam a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia/Coiab, o Conselho Nacional dos Seringueiros/CNS e o Grupo de Trabalho Amazônico/GTA. E mais a participação de várias outras instituições do quilate, por exemplo, da União Planetária e Universidade Holística Internacional, Unipaz, que se somaram a uma rede de organizações, instituições e ongs que reúnem povos selváticos e similares, além do pronto apoio do Ministério do Meio Ambiente, entre outros organismos governamentais.

Este II (grande) encontro fez lembrar outro evento de porte, em descortínio de horizontes, o 1° Fórum Espiritual Mundial, acontecido em mesmo local no final do ano passado, com as mesmas representações em plano social e cultural, porém com acentuado reforço de conteúdos e em qualidade da assistência. Com efeito, painelistas e participes/ouvintes do Encontro dos Povos das Florestas, pareciam nivelar-se na importância e representatividade, se visto do ponto de vista do seu peso específico. Assim, pois, foi expressivo, e significativo o encontro, em que pese os percalços de certo tumulto ou mesmo desorganização processual, em razão da característica da gente envolvida, não afeita a uma regulação burocrática, isto é, livre na escalação de prioridades e noção de tempo.

Entenda-se que o quadro regulatório das relações institucionais ou mesmo pessoais da gente tradicionalista é, pode-se dizer, o “pacto colonial” em que os valores e a idéia de tempo não bate com o processo segmentado e acelerado do mundo moderno da burocracia e dos regulamentos formais. Como ilustração, cite-se que conter um expositor/indagador no marco de 2-5 minutos é tarefa difícil, senão impossível! E o programado com rigidez e pretensa precisão, passa a ser uma mera indicação memorial...


Bom seria se se pudesse unir as duas pautas – a espiritual e a prático-vivencial da florestania, num só evento de interação e discussão para preparo da caminhada evolutiva. Com certeza uma vez mais veríamos os extremos se tocarem e se entenderem – certamente muito bem. De rico e bom aproveitamento prático-conceitual, ficou a revelação e clara explicitação da importância de povos ancestrais e parecidos, remanescentes, e resistentes ao avassalador processo de massificação forçada, anomia social e outras desventuras trazidas pela atualização “industrial” e seu corolário de economia monetarizada. Das quais ficam, no mais das vezes, os povos tradicionais de regime comunal de vida, com economia e cultura próprias, praticamente marginalizados!

Diversificada e farta era a artesania utilitária e ornamental, assim como produtos ou a produção artesanal e até semi-industrializada de utilidades e alimentos, onde se destaca por sua importância, o mel de abelhas nativas. E naturalmente a pródiga variedade de plantas medicinais e os incomensuráveis saberes que há por detrás disso tudo. Também muita música e encenações artísticas tribais ou aldeãs, reveladoras de traços encobertos do caráter nacional brasileiro.

Cultura (e economia) de gente que faz cultura e que faz, realmente, e não apenas compra feito – eis o que foi mostrado no 2° Encontro dos Povos das Florestas. De parabéns, pois, o Brasil, que corrige ou começa a corrigir a sua corrida, desabalada às vezes, em direção à modernidade sem se dar conta do sacrifício do seu essencial – qual seja – a paz interna e a própria identidade. Do evento foi este o nosso sentir e fruir.

...

*João Vieira é professor-fundador da Universidade Federal de Mato Grosso, onde lecionou sociologia e dirigiu o Museu Rondon. E-mail: joaovieira01@pop.com.br




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