capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.948.462 pageviews  

Guia Oficial do Puxa-Saco Pra quem adora release...

TEMA LIVRE : João Vieira

Outras colunas do Tema Livre

Reparador silêncio de Pirenópolis
07/10/2007

Verdadeiramente fenomenal – os 3 dias silenciosos (por semana) e de sadia solidão de Pirenópolis. Penso que só aqui em particular ou n`algum outro paraíso ecológico e pólo turístico do Brasil e do mundo, tem essa ventura, ou característica existencial: bonança de paz e tranqüilidade depois de uma ruidosa avalanche de visitantes.

É do conhecimento comum que Nova York, a megalópole do mundo, nunca dorme e São Paulo, no Brasil, não pára jamais! Agora sei, entretanto, que não vai nisso nenhuma vantagem. Bom mesmo é Pirenópolis que ao começar a semana, o faz mergulhada na pachorra de cidade interiorana, com a tranqüilidade silente, ou a calma civilizante de que todo lugar, com sua sociedade e seus cidadãos, precisariam ter ou gozar, ou então fruir como um lenitivo das labutas – brutas às vezes – na forma de um direito. Inalienável!

Já nos fins de semana e feriados (especialmente feriadões) de dias mortos – em verdade vivos (vivíssimos), por motivo de sua significação mítico-simbólica, seja ela de fundamento religioso ou motivação cívica, Pirenópolis se engalana para receber a vaga de forasteiros, originária, sobretudo, dos três pólos urbano-metropolitanos próximos, que são Brasília, Goiânia e Anápolis; e mais muita gente das diversas regiões do País e desse Mundo de meu Deus!

Aí então o que vigora é a agitação, o som alto, o frenesi que eletriza a cidade por inteiro, embora possam ser vistas filas comportadas nos bares/restaurantes e portarias de hospedarias à espera de um atendimento. Igualmente quantidade inusitada de fregueses de lojinhas ou exposições de quinquilharias, balangandãs e congêneres de que tanto gosta a leva viajeira do lazer e do turismo.

É certo que o poder público dá uma mãozinha inventando eventos ou promoções de oportunidade. Assim foi, por exemplo, com o 8º Canto da Primavera, versão 2007, que acabamos de presenciar e curtir -- quer dizer, viver a “muvuca” em todo o seu frenesi ordenado/desordenado da gente (jovem) invariavelmente barulhenta... Muito barulhenta acentue-se! Corrija-se, porém: muito do barulhão se deve aos carros sonorizados do tipo “eu cheguei” ou “olha eu aqui”... E que são geralmente guiados por um condutor solitário, isoladão, com possível e crônico problema de relacionamento social – quem sabe – desilusão amorosa.

Mas não fica nisso: de quebra há a questão das motos de cano-de-escape aberto, por si mesmas famigeradas!

Mas há os providenciais três ou quatro dias consecutivos de silencio reparador; uma “calmaria depois da tempestade”; ou recesso (cristão) do lar e da comunidade em si, que antes se beneficiara da recarregagem das baterias no geral e abstrato; e também no concreto ou objetivo – quer dizer – as “bolsas” que ficaram abastecidas, recheadas, para que se possa continuar vivendo uma digna e até boa-vida --- a vida dessa privilegiada comunidade de Pirenópolis, pólo do Turismo Ecológico e Histórico-Cultural, Goiano. E onde efetivamente corre dinheiro...

Como conclusão e também provocação de inveja a muitas cidades por onde andamos praticando, sempre, vida comum, mas vivificada pelo senso de observação do escriba, deixo consignado que aqui em Pirenópolis não é não, fatalmente arriscado deixar portas e janelas abertas ou coisa assim como esquecer, do lado de fora da casa, uma bicicleta – que normalmente fica lá mesmo, ou seja, não é roubada! Sobre essa questão, tivemos o cuidado de ouvir agentes de segurança local, especialmente a doutora Delegada do posto policial, principal, da cidade.

Há, sim, problemas – de longe amenizados ou diminutos se comparados com os de muitas localidades – grandes ou pequenas – desse País que se urbanizara sem se des-ruralizar, ou seja, que entrou em a-n-o-m-i-a, ou limbo, isto é, a ausência de padrão e de identidade! Basta ver nas massas urbanas de ideário, gosto ou preferência (musical, culinária, relacional, estética) visceralmente sertanejos. E o pior: preparo escolar precário ou limitado dos requisitados pelas lides sertanejas antigas e/ou tradicionais...

Este é o nosso juízo, de primeiro achego, mas pretendemos retornar ao assunto.

...

João Vieira, sociólogo, dirigiu o Museu Rondon da Universidade Federal de Mato Grosso. E-mail: joaovieira01@pop.com.br


OUTRAS COLUNAS
André Pozetti
Antonio Copriva
Antonio de Souza
Archimedes Lima Neto
Cecília Capparelli
César Miranda
Chaparral
Coluna do Arquimedes
Coluna do Bebeto
EDITORIAL DO ESTADÃO
Edson Miranda*
Eduardo Mahon
Fausto Matto Grosso
Gabriel Novis Neves
Gilda Balbino
Haroldo Assunção
Ivy Menon
João Vieira
Kamarada Mederovsk
Kamil Hussein Fares
Kleber Lima
Léo Medeiros
Leonardo Boff
Luciano Jóia
Lúcio Flávio Pinto
Luzinete Mª Figueiredo da Silva
Marcelo Alonso Lemes
Maria Amélia Chaves*
Marli Gonçalves
Montezuma Cruz
Paulo Corrêa de Oliveira
Pedro Novis Neves
Pedro Paulo Lomba
Pedro Pedrossian
Portugal & Arredores
Pra Seu Governo
Roberto Boaventura da Silva Sá
Rodrigo Monteiro
Ronaldo de Castro
Rozeno Costa
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho
Serafim Praia Grande
Sérgio Luiz Fernandes
Sérgio Rubens da Silva
Sérgio Rubens da Silva
Talvani Guedes da Fonseca
Trovas apostólicas
Valéria Del Cueto
Wagner Malheiros
Xico Graziano

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
26/12/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
21/12/2020 - ARQUIMEDES (Coluna do Arquimedes)
20/12/2020 - IDH E FELICIDADE, NADA A COMEMORAR (Fausto Matto Grosso)
19/12/2020 - 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (Marli Gonçalves)
28/11/2020 - OS MEDOS DE DEZEMBRO (Marli Gonçalves)
26/11/2020 - O voto e o veto (Valéria Del Cueto)
23/11/2020 - Exemplo aos vizinhos (Coluna do Arquimedes)
22/11/2020 - REVENDO O FUTURO (Fausto Matto Grosso)
21/11/2020 - A INCRÍVEL MARCHA DA INSENSATEZ (Marli Gonçalves)
15/11/2020 - A hora da onça (Coluna do Arquimedes)
14/11/2020 - O PAÍS PRECISA DE VOCÊ. E É AGORA (Marli Gonçalves)
11/11/2020 - Ocaso e o caso (Valéria Del Cueto)
09/11/2020 - Onde anda a decência? (Coluna do Arquimedes)
07/11/2020 - Se os carros falassem (Marli Gonçalves)
05/11/2020 - CÂMARAS MUNICIPAIS REPUBLICANAS (Fausto Matto Grosso)
02/11/2020 - Emburrecendo a juventude! (Coluna do Arquimedes)
31/10/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - As nossas reais alucinações (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - PREFEITOS: GERENTES OU LÍDERES? (Fausto Matto Grosso)
26/10/2020 - Vote Merecimento! (Coluna do Arquimedes)

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques