Após duas semanas de Olimpíada na tevê, bateu até uma ressaca, tal a overdose de competições. No começo dessa semana fiquei zapeando à procura de alguma modalidade pra assistir, e nada. Encararia até um badminton, ou esgrima. Sei lá, qualquer coisa. Mas já era, só daqui a quatro anos.

No frigir dos ovos, sobraram 15 medalhas para o Brasil, sendo três de ouro. Segundo cálculos apresentados pelo jornal O Globo, cada medalha conquistada pelos atletas nacionais nos Jogos Olímpicos custou R$ 53 milhões. É isso mesmo, não é erro de digitação: R$ 53 milhões!

Graças a leis de incentivo, como a Lei Piva, o Comitê Olímpico Brasileiro recebeu R$ 692,58 milhões para tocar o projeto Pequim 2008. Só para efeito de comparação, para a Olimpíada de Atenas a verba tinha sido de R$ 280 milhões (e lá foram dez medalhas, sendo cinco de ouro).

Sabemos que os atletas brasileiros são uns abnegados, e que provavelmente boa parte dessa grana monstruosa não chegou até eles. Duro mesmo é ver o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, anunciar com o peito estufado que em Pequim “tivemos a melhor participação da nossa história olímpica”. Ora, vá ser cara-de-pau assim lá longe...

O Brasil levou sua maior delegação – foram 277 atletas. No quadro de medalhas, 23º lugar (considerando as medalhas de ouro). Se levarmos em conta o total de medalhas, como fazem os norte-americanos, o Brasil foi um pouco melhor - terminou o evento em 17º.
E é aquela história de sempre: na tevê, só a ESPN Brasil parece ter a independência necessária para disparar as críticas que devem ser feitas aos cartolas que comandam o esporte brasileiro.

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*Sérgio Rubens da Silva é o xerife do Saite Bão no Litoral de São Paulo e adjacências

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