O novo presidente dos EUA, Barack Obama, iniciou seu governo com atos coerentes a um discurso de campanha que dá esperanças de que mudanças positivas serão viabilizadas na principal potência do planeta. Obama determinou o fechamento da prisão de Guantánamo, base americana instalada em Cuba, e ainda assinou ordens que acabam com as prisões secretas da CIA pelo mundo e proíbem a tortura em interrogatórios de suspeitos de terrorismo.

É possível perceber uma grande transformação em relação ao antecessor, George W.Bush, cuja linha de comando seguia um pensamento quase medieval. Sem dúvida ainda é cedo para uma análise do que pode vir a ser o governo Obama, mas é possível afirmar com segurança que o novo presidente é um homem muito mais bem preparado que seu antecessor e com uma visão de mundo muito mais ampla.

A prisão de Guantánamo era uma aberração e uma ofensa à raça humana. Acreditar que a prática de tortura é a solução para eventuais crimes de terrorismo equivale a se nivelar ao próprio terrorista. Enfim, Guantánamo fica para a história como o símbolo da Era Bush - um homem pouco preparado que chegou ao poder numa apuração duvidosa - que, felizmente, chegou ao fim.

Os inúmeros erros de Bush fatalmente serão julgados pela História. Não apenas Guantánamo e suas barbáries, mas a desastrada invasão ao Iraque, sua ação equivocada para o Oriente Médio, e uma política econômica que jogou os EUA e o mundo na maior crise econômica desde a depressão de 1929.

A responsabilidade de Barack Obama é imensa. Nele estão depositadas as esperanças de milhões de pessoas de todo o planeta. O novo presidente começou bem, desde o discurso de posse às medidas nas áreas de direitos humanos e da economia, quando conseguiu aprovar um pacote de US$ 819 bi de incentivo. Na área externa, os conflitos no Oriente Médio são gigantescos e de difícil solução, mas Obama revelou sua disposição de ouvir as partes. Sinal de sabedoria.

Oxalá Deus ilumine Barack Obama a realizar um governo capaz de reativar a economia, e a reduzir conflitos e a imensa desigualdade social que separa ricos e pobres, chaga que apequena a raça humana.

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*Sérgio Rubens, ex-subsecretário de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de Mato Grosso

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