capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/09/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.766.130 pageviews  

Falooouuu... Frases e textos para ler, reler, treler e guardar

TEMA LIVRE : João Vieira

Outras colunas do Tema Livre

Mato Grosso do... (II)
10/07/2009

Bem observou o folclorista, cantante, Renato Teixeira que não sabia distinguir em qual Mato Grosso esteve num sonho: se do Sul ou o outro. Isto se dá por uma razão muito simples: o Mato Grosso do imaginário brasileiro sempre foi e segue sendo apenas um. Inteiriço. Único e indivisível. Grande e insuperável. Incomparável! Afinal, o fato de ser do norte ou do sul é uma questão particular e peculiar, interna; ou até de foro íntimo que não quer dizer muito para os de fora. Não conta, a não ser em referenciamentos numéricos, especialmente no que tange às verbas...

Todavia, para o referenciamento cidadão ou identidade patrícia e mais domínios abstratos ou, melhor dizendo, volitivos, como a esfera histórico-cultural, conta muito internamente. Entretanto não cabe fazer drama ou criar caso, acaso se trate de tratativa externa de nossas questões internas, quer dizer, coisas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Até mesmo porque as duas unidades federativas têm muita coisa em comum. RONDON , (Candido Mariano da Silva), por exemplo, é “santo cívico” tão nortista quanto sulista. Assim também o é Luiz de Mello Pereira e Cáceres e da mesma forma o herói Antônio João Ribeiro. E ainda José Vieira Couto de Magalhães e também Antonio Maria Coelho, este, nascido em Cuiabá. Já Ricardo Franco de Almeida Serra (notável engenheiro militar) que implantou e operou, com denodado patriotismo, o Forte Coimbra, é mais legitimamente do Sul.

Condição, aliás, que podemos conferir a todos quantos resistiram à tentativa de apropriação do território guaicuru por parte do Paraguai de Francisco Solano Lopez. Como um Guia Lopes, Cel. Camisão, Taunay e mais todos os guerreiros que pelejaram na Bacia do Prata; e aos quais se deve ajuntar, por exemplo, Emil Odebrecht que à época se ocupava, na qualidade de engenheiro geodésico, da colonização pioneira de Santa Catarina e que interrompera seus afazeres para dar tempo no “front” da loucura guerreira maior do Século XIX, em paragens da América do Sul.

Ainda por oportunidade, e pertinência, assumir e promover a valorização da obra do naturalista Fritz Müller, parceiro de Odebrecht e correspondente-colaborador de ninguém menos do que Charles Darwin – ele mesmo – o da Teoria da Evolução das Espécies. Cumpre não deixar na vala do esquecimento feitos pioneiros mais modernos como os desbravamentos levados a termo, como fizera Nheco Gomes da Silva ou mesmo um Laucídio Coelho e aos quais se deve ajuntar, por justiça e oportunidade, Nazareno Davidoff Lessa, um mineiro pioneiro da ação técnica correta ecologicamente, além de humanista praticante que orgulharia qualquer nação ou comunidade patrícia.

Por conta de curiosidade histórica ou, se quiser, sociológica, lembremos, por derradeiro, o bandoleiro Selvino Jacques, aventureiro delirante e romântico, gaúcho de origem e que infernizara as bordas do Pantanal Meridional. Mais precisamente, região de Bonito/Bodoquena, como espécie de “lampião” ou Hobin Hood Pantaneiro. E nem falta um místico legendário para completar a galeria de personalidades-esteios ou matriciais de um todo social diferenciado. Global. Falamos, aqui, do médium de saudosa memória, habitante de Corumbá/Ladário e de fascinante história de vida, marinheiro Macedo. (E que, por acaso, tem em Serrou Camy , de Pedro Gomes / Campo Grande seu continuador – com obra espírita consolidada e editada.

Assim entendido, e com um tal lastro ancestral, de fundamentação histórica, originária, a novel Unidade Federativa Mato Grosso do Sul, não precisa agüentar choramingas por complexo de inferioridade, nem também tolerar o absurdo de iniciativas extemporâneas pró troca de nome, como Estado do Pantanal, de Campo Grande, Maracaju, Guaicuru ou outra esquisitice qualquer.

Por conseguinte, a saudação pelo violonista Yamandu Costa, ao auditório (lotado), em Campo Grande , com um sonoro “boa noite Mato Grosso”, não se constituiria numa tragédia em constrangimento, com toda assistência replicando, uníssona – “Do Sul”! Apenas uma gafe, como outros em outras ocasiões, do instrumentista genial e então a ser retificado mais ou menos discretamente por alguns dos mais zelosos; sem fazer espécie! Mas não - e, segue a tensão, que haverá, naturalmente, de ser desarmada. Repita-se: Mato Grosso (-) do Sul é, quando acontecer e convier, mais uma questão de opção, amor ou, se quiser, preferência. E de ordem interna.

Conclua-se inscrevendo que um leitor-colaborador me observara que nas décadas de 80/90, Mato Grosso do Sul espelhava o agronegócio; enquanto que Mato Grosso uma promessa. Hoje, porém, MT fez-se a própria “cara” e, mais que nunca, as duas unidades federativas precisam se somar. Cooperar e unir e brigar muito bem entendidas, afinadas pela sua atualização e desenvolvimento sustentável.

Justamente quando o cerco se fecha, se avizinha inexorável, em favor do corretamente ecológico. Na presente quadra, já não mais somente agentes externos e/ou longínquos, senão que também os daqui mesmo – reais e palpáveis. Decisivos! Aqui dizemos das redes de distribuição de carnes, grãos e derivados. Como as farinhas, óleos e quejandos. E, obviamente, da ameaça, anunciada, do boicote sistemático ao ”boi pirata” ou ilegal, resultante dos desmatamentos e queima indiscriminada de florestas virgens. Intocadas. E dos grãos e madeiras, idem; da mesma forma, o etanol para exportação ou não, havidos da fímbria das matas restantes e/ou bordas dos pantanais (especialmente MS).

Por derradeiro, que se diga que isso corrobora a fé – inquebrantável – no triunfo da razão e que sacrifícios como o de Francisco Anselmo de Barros, não quedarão no vazio. Em vão! Franselmo, ecologista sul-matogrossense que se imolara, em protesto ao avanço da monocultura canavieira, na orla pantaneira; o Franselmo de acendrado, extremado, idealismo ambientalista e em memória, e honra, de quem rendo, reverente, o preito de respeito e homenagem. De compaixão, contrita, nesta escrita-crônica, testemunhal.

...

*João Vieira -- joaovieira01@pop.com.br --professor-fundador do a UFMT – Departamento de Sociologia – também tomou parte na implantação da UFMS --, escreve no Saite Bão quando bem entende





OUTRAS COLUNAS
André Pozetti
Antonio Copriva
Antonio de Souza
Archimedes Lima Neto
Cecília Capparelli
César Miranda
Chaparral
Coluna do Arquimedes
Coluna do Bebeto
EDITORIAL DO ESTADÃO
Edson Miranda*
Eduardo Mahon
Fausto Matto Grosso
Gabriel Novis Neves
Gilda Balbino
Haroldo Assunção
Ivy Menon
João Vieira
Kamarada Mederovsk
Kamil Hussein Fares
Kleber Lima
Léo Medeiros
Leonardo Boff
Luciano Jóia
Lúcio Flávio Pinto
Luzinete Mª Figueiredo da Silva
Marcelo Alonso Lemes
Maria Amélia Chaves*
Marli Gonçalves
Montezuma Cruz
Paulo Corrêa de Oliveira
Pedro Novis Neves
Pedro Paulo Lomba
Pedro Pedrossian
Portugal & Arredores
Pra Seu Governo
Roberto Boaventura da Silva Sá
Rodrigo Monteiro
Ronaldo de Castro
Rozeno Costa
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho
Serafim Praia Grande
Sérgio Luiz Fernandes
Sérgio Rubens da Silva
Sérgio Rubens da Silva
Talvani Guedes da Fonseca
Trovas apostólicas
Valéria Del Cueto
Wagner Malheiros
Xico Graziano

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
26/12/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
21/12/2020 - ARQUIMEDES (Coluna do Arquimedes)
20/12/2020 - IDH E FELICIDADE, NADA A COMEMORAR (Fausto Matto Grosso)
19/12/2020 - 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (Marli Gonçalves)
28/11/2020 - OS MEDOS DE DEZEMBRO (Marli Gonçalves)
26/11/2020 - O voto e o veto (Valéria Del Cueto)
23/11/2020 - Exemplo aos vizinhos (Coluna do Arquimedes)
22/11/2020 - REVENDO O FUTURO (Fausto Matto Grosso)
21/11/2020 - A INCRÍVEL MARCHA DA INSENSATEZ (Marli Gonçalves)
15/11/2020 - A hora da onça (Coluna do Arquimedes)
14/11/2020 - O PAÍS PRECISA DE VOCÊ. E É AGORA (Marli Gonçalves)
11/11/2020 - Ocaso e o caso (Valéria Del Cueto)
09/11/2020 - Onde anda a decência? (Coluna do Arquimedes)
07/11/2020 - Se os carros falassem (Marli Gonçalves)
05/11/2020 - CÂMARAS MUNICIPAIS REPUBLICANAS (Fausto Matto Grosso)
02/11/2020 - Emburrecendo a juventude! (Coluna do Arquimedes)
31/10/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - As nossas reais alucinações (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - PREFEITOS: GERENTES OU LÍDERES? (Fausto Matto Grosso)
26/10/2020 - Vote Merecimento! (Coluna do Arquimedes)

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques