capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/09/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.766.043 pageviews  

Críticas Construtivas Se todo governante quer, por quê não?!!!

TEMA LIVRE : Sebastião Carlos Gomes de Carvalho

Outras colunas do Tema Livre

Fábulas contemporâneas
01/10/2010

Em tempos idos, existiu um Rei, com um altíssimo índice de aprovação de seus súditos. Com o tempo se tornou um senhor muito poderoso, que viajava por todas as partes da Terra, quando então lhe eram tributadas homenagens várias, nas quais sempre era ressaltada a sua origem humilde. Sim, esse era um rei que, nascido em ásperas paragens, castigadas pelo sol inclemente e violentada desde sempre pelo poderio de gente tão impiedosa como o cáustico clima, dele fugira, indo para terras mais amenas. Com o passar do tempo, o pequeno migrante vencera, se dera bem na vida, pois soubera, com extraordinária habilidade e senso, incorporar a alma sofrida de sua gente e dessa angústia fazer seu campo de batalha. Por várias vezes assediara ao Trono e muito embora tendo dele chegado bem próximo só viesse a conquistá-lo depois que aquele pobre país se achou mais maduro. Acontece que o pretendente também mudara, e muito, em seus propósitos iniciais. Então, ambos se aceitaram e as núpcias foram realizadas. E entre altos e baixos o rei conquistou o amor coletivo de seu povo. É bem verdade, que tal se deu depois que uma Organização semi-religiosa, controlada por poucas pessoas, começou a medir os sentimentos, o ânimo e a pulsação cívica daquele povo. Uma Organização poderosíssima, tão poderosa, que existiu uma proposta feita por sábios amigos do rei para que fossem abolidas a realização de eleições, de todas, e sendo elas substituídas pelos resultados apresentados pela Organização, que também era conhecida como instituto de pesquisas. O sábio argumento a favor da tese seduziu a muitos: a final eleições, além de caras e dispendiosas, traziam muitos problemas e podiam causar divisão entre aquele povo tão cordial.

Nadando em mares antes nunca navegados, o soberano se tornou um homem feliz, alegre e satisfeito. Já lhe atribuíam até milagres, inclusive, acreditaram muitos, o de ser o criador de um novo país. E, por seu lado, ele não se pejava de reforçar essa imagem e vivia repetindo um bordão: “nunca antes neste país”, daí muitos acreditarem, nos confins mais distantes, que, sim, o país começara com ele. O mundo lhe sorria, o sol brilhava mais em seu palácio e a chuva era generosa em suas plantações. Acontece que nem tudo eram flores, e muito embora possam até sê-lo para alguns poucos privilegiados, elas às vezes trazem espinhos. O soberano infelizmente não esteve livre desses percalços. E alguns súditos bem próximos deixaram que uma parcela minoritária do povo visse esses seus atrapalhos, que, em algumas ocasiões, foram generosamente denominadas de trapalhadas ou de alopragem. E, então, quando se tornou impossível esconder esses lamentáveis espinhos, o Rei ouviu com muita atenção a estória que lhe contaram seus conselheiros, segundo a qual, outrora, em um Reino muito distante, o Grão-Vizir depois de cansado de ouvir as notícias ruins que lhe traziam os mensageiros, que naquele país se chamava Imprensa Livre, quis que eles fossem decapitados. Sim, o raciocínio era brilhante: se não se podia impedir as más noticias, que se eliminassem quem as transmitia. Era um caso a pensar, matutou com um sorriso malicioso o grande Rei.

...

*Sebastião Carlos Gomes de Carvalho é advogado, professor, escritor e membro da Academia Mato-grossense de Letras


OUTRAS COLUNAS
André Pozetti
Antonio Copriva
Antonio de Souza
Archimedes Lima Neto
Cecília Capparelli
César Miranda
Chaparral
Coluna do Arquimedes
Coluna do Bebeto
EDITORIAL DO ESTADÃO
Edson Miranda*
Eduardo Mahon
Fausto Matto Grosso
Gabriel Novis Neves
Gilda Balbino
Haroldo Assunção
Ivy Menon
João Vieira
Kamarada Mederovsk
Kamil Hussein Fares
Kleber Lima
Léo Medeiros
Leonardo Boff
Luciano Jóia
Lúcio Flávio Pinto
Luzinete Mª Figueiredo da Silva
Marcelo Alonso Lemes
Maria Amélia Chaves*
Marli Gonçalves
Montezuma Cruz
Paulo Corrêa de Oliveira
Pedro Novis Neves
Pedro Paulo Lomba
Pedro Pedrossian
Portugal & Arredores
Pra Seu Governo
Roberto Boaventura da Silva Sá
Rodrigo Monteiro
Ronaldo de Castro
Rozeno Costa
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho
Serafim Praia Grande
Sérgio Luiz Fernandes
Sérgio Rubens da Silva
Sérgio Rubens da Silva
Talvani Guedes da Fonseca
Trovas apostólicas
Valéria Del Cueto
Wagner Malheiros
Xico Graziano

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
26/12/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
21/12/2020 - ARQUIMEDES (Coluna do Arquimedes)
20/12/2020 - IDH E FELICIDADE, NADA A COMEMORAR (Fausto Matto Grosso)
19/12/2020 - 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (Marli Gonçalves)
28/11/2020 - OS MEDOS DE DEZEMBRO (Marli Gonçalves)
26/11/2020 - O voto e o veto (Valéria Del Cueto)
23/11/2020 - Exemplo aos vizinhos (Coluna do Arquimedes)
22/11/2020 - REVENDO O FUTURO (Fausto Matto Grosso)
21/11/2020 - A INCRÍVEL MARCHA DA INSENSATEZ (Marli Gonçalves)
15/11/2020 - A hora da onça (Coluna do Arquimedes)
14/11/2020 - O PAÍS PRECISA DE VOCÊ. E É AGORA (Marli Gonçalves)
11/11/2020 - Ocaso e o caso (Valéria Del Cueto)
09/11/2020 - Onde anda a decência? (Coluna do Arquimedes)
07/11/2020 - Se os carros falassem (Marli Gonçalves)
05/11/2020 - CÂMARAS MUNICIPAIS REPUBLICANAS (Fausto Matto Grosso)
02/11/2020 - Emburrecendo a juventude! (Coluna do Arquimedes)
31/10/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - As nossas reais alucinações (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - PREFEITOS: GERENTES OU LÍDERES? (Fausto Matto Grosso)
26/10/2020 - Vote Merecimento! (Coluna do Arquimedes)

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques