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TEMA LIVRE : Chaparral

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Socialismo para o novo século
26/06/2001- Chaparral*

O novo milênio teve início em meio a muitas incertezas. Verdades foram abaladas, o outro lado da moeda nunca foi tão revelado. Vimos, nos últimos tempos, um grande abalo nas mais variadas instituições.

Quem não viu uma instituição responsável pela saúde da população ser comprometida com escândalos do tipo: médicos ou enfermeiros, que deveriam defender a vida em primeiro lugar, jogando no lixo a praticando os maiores absurdos em busca do lucro?

Quem não viu uma instituição responsável pela segurança pública, através de seus policiais, manchar as páginas dos jornais com os mais brutais crimes praticados, muitas vezes, contra vítimas inocentes?

E quem não viu juizes ou magistrados, que deviriam ser os guardiões da igualdade perante a Lei, usando e abusando das suas prerrogativas e facilidades asseguradas pela própria lei para cometer os piores crimes de malversação do dinheiro público e outras coisas mais?

Quem nunca viu políticos eleitos pelo povo e que deveriam defendê-lo em primeiro lugar, serem desmascarados e banidos por comprovadas corrupções e desmandos?

Este é o auge do capitalismo, das “liberdades”.

O modelo de sociedade de consumo transformou-nos em mercadorias. A máxima de Karl Marx está comprovada.

E a ética junto com a coerência, a lisura, a solidariedade, o respeito, está sendo vendida nos balcões da hipocrisia e da barbárie da grande feira capitalista de fim de século.

É mister afirmar que, ao lado destes absurdos, o projeto socialista também cometeu seus deslizes.

Em algumas experiências a chama de liberdade dos povos fora abafada e valores de igualdade foram abandonados aos poucos ou bruscamente.

Em algumas experiências socialistas os papéis foram invertidos. Àqueles que estavam reservados os momentos históricos de construção de um novo mundo o que se viu foi a inversão de valores e, atrás de uma cortina igualitária cresceram desigualdades e estagnação do pensamento marxista.

No entanto, hoje ganha visibilidade as experiências socialistas que enfrentaram com firmeza a onda de abandono do sonho de igualdade e estão crescendo com vigor.

É o caso da China e de Cuba que, cada uma ao seu modo, buscam aprofundar a construção do socialismo, corrigindo erros e desenvolvendo saídas criativas para a crise ideológica.

Tive a oportunidade de ler o Plano de Crescimento Chinês-1996/2010 e constatei que ao contrário do se propaga pelo mundo capitalista, a China Comunista segue firme em seu propósito de igualdade.

Os grandes temas nas atuais discussões do PC Chinês são: ética, cultura, educação e democracia proletária.

Ao seu modo, os chineses vão abrindo caminho para um socialismo que, como eles mesmos costumam denominar, terá as características chinesas.

Mas, voltando à questão da ética, o grande desafio dos chineses, na atualidade, é fazer com que o desenvolvimento da ética e da cultura socialista seja capaz de acompanhar, no mesmo ritmo, o desenvolvimento econômico ( os números mostram que a economia chinesa é a que mais cresce em todo o mundo), para tanto eles passaram a valorizar, muito mais, estes dois aspectos.

Chegam a afirmar que: “todos os camaradas que trabalham nos terrenos da ideologia, da cultura e da educação devem ser considerados “engenheiros de almas” da humanidade”.

Os cubanos são outro exemplo de capacidade para reafirmar o socialismo e corrigir erros com vista a consolidação do novo mundo.

Após o fim da União Soviética, principal parceiro comercial dos cubanos, a ilha socialista se viu mergulhada na mais grave crise econômica de sua história pós revolução.

No entanto, Fidel e o povo cubano, juntamente com o Partido Comunista Cubano, foram capazes de corrigir rumos, de dialogar com o mundo e de dar a volta por cima, hoje a economia cubana já retomou o crescimento.

Mas, o que infelizmente poucos sabem é que uma experiência socialista, mesmo sem ter sido poder, se desenvolveu e sobreviveu a esta onda de desmonte socialismo.

E esta experiência se encontra aqui, fincada no fértil solo da América do Sul, continente de Guevara.

Esta experiência tem nome: Partido Comunista do Brasil – PC do B, que teve a sua frente, durante maior parte da sua história, um veterano do movimento comunista mundial: João Amazonas.

O PC do B está em plena preparação de seu décimo congresso, também vem de um intenso debate sobre as experiências socialistas, de análises críticas, de correções de err

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