capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.947.834 pageviews  

Hoje na História Saiba tudo que aconteceu na data de hoje.

TEMA LIVRE : Sebastião Carlos Gomes de Carvalho

Outras colunas do Tema Livre

Que cidade queremos? Que cidade teremos? - 2
17/12/2011

Uma cidade não pertence aos seus governantes. Estes são apenas os gestores transitórios das suas mazelas e das suas belezas, por mais que se agarrem aos cargos, por mais que queiram acreditar de modo diverso. Governantes e cidadãos deverão ser parceiros na longa jornada da construção diária da cidade.

Talvez seja oportuno mais uma vez parafrasear o primeiro-ministro francês no período da guerra de 1914. Não sei se foi Poincaré ou Clemenceau quem disse que a guerra era um assunto tão sério que não poderia ficar nas mãos dos militares.

Pois, repitamos: a preocupação quanto ao futuro de uma cidade é assunto tão sério que não pode ficar a sob responsabilidade exclusiva dos eventuais detentores de cargos públicos.

E quando acontece um fato de grande relevância como é essa inesperada alocação de recursos públicos, os cidadãos não podem se comportar como se estivessem assistindo a um desfile de escola de samba, distantes e omissos. A intervenção popular, por mais sábios que porventura se julguem os administradores e representantes políticos, se faz necessária.

Pois digo, também, que a sabedoria desses governantes estaria em convocar o povo para ser co-partícipe desse grande debate. As autoridades do alto dos palácios têm a nobilíssima tarefa de facilitar e estimular a participação de quantos se acham motivados e interessados no futuro de sua cidade.

As universidades, as escolas, os sindicatos e associações, as entidades representativas dos diferentes segmentos sociais deveriam estar envolvidas no grande debate: que cidade queremos?

Seria igualmente oportunidade única para o exercício da mais legitima Democracia. Os gregos, inventores desse insubstituível sistema de governo, convocavam seus cidadãos à Àgora e nela decidiam seus destinos.

Democratizar o país não é somente a participação eleitoral, nem se deve encerrar com a eleição da elite dirigente. A Democracia é construída no dia a dia, nas questões levantadas que nos afetam do raiar ao cair do sol.

Não participar da discussão sobre os rumos da cidade é como concordar em ser alijado da discussão sobre o seu próprio futuro. E a população, o cidadão comum, não pode aceitar isso passivamente. Depois, de nada adiantará o choramingo.

Mas devo registrar que não vejo apenas o cidadão comum como estando distante desse contexto. Igualmente me assusta a quase total ausência da Prefeitura na participação de decisões vitais para o município. Até agora o governo do Estado tem sido o único protagonista em todas as iniciativas.

É uma lamentável e inexplicável omissão, pois a intervenção urbanística se faz na capital, e ainda que o executivo estadual tenha inegável importância, caberia, no entanto, ao governo do município uma intervenção de relevância em todo esse processo.

Não se há de questionar se a realização das obras específicas exigidas para a concretização do mega evento será boa ou não para Cuiabá.

Indiscutivelmente o volume de recursos que para cá será carreados num curto espaço de tempo representa, com certeza, o maior aporte econômico-financeiro já realizado em nossa capital. E isso, sem dúvida, é muito bom. Ninguém é louco para recusar dinheiro, mas a indagação é inevitável: qual o preço final disso?

E há de se perguntar igualmente: além das obras específicas exigidas para a realização da Copa, que benefícios outros terá a população?

Exatamente: além do estádio, do sistema de transporte, de aberturas e alargamento de algumas vias, que benefícios, ao longo dos anos, terá o cidadão, particularmente aquele mais periférico da sociedade?

Portanto, o que se deve questionar é o caráter dessas obras, ou seja, as opções urbanas feitas em razão delas.

...

*Sebastião Carlos Gomes de Carvalho é advogado, professor e historiador. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás.


OUTRAS COLUNAS
André Pozetti
Antonio Copriva
Antonio de Souza
Archimedes Lima Neto
Cecília Capparelli
César Miranda
Chaparral
Coluna do Arquimedes
Coluna do Bebeto
EDITORIAL DO ESTADÃO
Edson Miranda*
Eduardo Mahon
Fausto Matto Grosso
Gabriel Novis Neves
Gilda Balbino
Haroldo Assunção
Ivy Menon
João Vieira
Kamarada Mederovsk
Kamil Hussein Fares
Kleber Lima
Léo Medeiros
Leonardo Boff
Luciano Jóia
Lúcio Flávio Pinto
Luzinete Mª Figueiredo da Silva
Marcelo Alonso Lemes
Maria Amélia Chaves*
Marli Gonçalves
Montezuma Cruz
Paulo Corrêa de Oliveira
Pedro Novis Neves
Pedro Paulo Lomba
Pedro Pedrossian
Portugal & Arredores
Pra Seu Governo
Roberto Boaventura da Silva Sá
Rodrigo Monteiro
Ronaldo de Castro
Rozeno Costa
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho
Serafim Praia Grande
Sérgio Luiz Fernandes
Sérgio Rubens da Silva
Sérgio Rubens da Silva
Talvani Guedes da Fonseca
Trovas apostólicas
Valéria Del Cueto
Wagner Malheiros
Xico Graziano

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
26/12/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
21/12/2020 - ARQUIMEDES (Coluna do Arquimedes)
20/12/2020 - IDH E FELICIDADE, NADA A COMEMORAR (Fausto Matto Grosso)
19/12/2020 - 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (Marli Gonçalves)
28/11/2020 - OS MEDOS DE DEZEMBRO (Marli Gonçalves)
26/11/2020 - O voto e o veto (Valéria Del Cueto)
23/11/2020 - Exemplo aos vizinhos (Coluna do Arquimedes)
22/11/2020 - REVENDO O FUTURO (Fausto Matto Grosso)
21/11/2020 - A INCRÍVEL MARCHA DA INSENSATEZ (Marli Gonçalves)
15/11/2020 - A hora da onça (Coluna do Arquimedes)
14/11/2020 - O PAÍS PRECISA DE VOCÊ. E É AGORA (Marli Gonçalves)
11/11/2020 - Ocaso e o caso (Valéria Del Cueto)
09/11/2020 - Onde anda a decência? (Coluna do Arquimedes)
07/11/2020 - Se os carros falassem (Marli Gonçalves)
05/11/2020 - CÂMARAS MUNICIPAIS REPUBLICANAS (Fausto Matto Grosso)
02/11/2020 - Emburrecendo a juventude! (Coluna do Arquimedes)
31/10/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - As nossas reais alucinações (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - PREFEITOS: GERENTES OU LÍDERES? (Fausto Matto Grosso)
26/10/2020 - Vote Merecimento! (Coluna do Arquimedes)

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques