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TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes

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OUÇA NA COLUNA DO ARQUIMEDES

21/09/2020

00:00

O Grito do Silêncio

Um grito é uma onda sonora irradiada pela garganta, que se propaga em determinada frequência e pode ser captada em diversas circunstâncias, em diversos ambientes e em diversas situações.

Dizem os dicionários que um grito é um som emitido por um pássaro, por alguns outros animais ou por alguém - humano - que pede socorro, chama alguém ou manifesta forte sensação de dor, de espanto, de raiva, de alegria ou outra emoção forte, seja ela qual for.

A chegada dessa onda sonora ao equipamento auditivo de alguém ou ao instrumento de áudio objetivado, depende de algumas condições circunstanciais e ambientais fisicamente explicáveis.

Pode acontecer que em certas condições essa onda sonora não seja captada. Seja porque há um vácuo que impede a propagação do som, ou seja porque os ouvidos que deveriam ouvir estejam surdos ou captando ondas sonoras em outra frequência.

Por essa razão nem sempre o grito faz eco e é por isso que nem sempre pode ser ouvido a grandes distâncias.

É pela mesma razão que o silêncio é aparentemente silencioso.

Por que aparentemente? Você pode perguntar.

Porque o ouvido humano ouve sons entre 20 hertz e 20 mil hertz ou 20 Khz. Um cachorro ouve sons em frequências diferentes dessas e há outros animais que também ouvem em frequências assim, diferentes.

Ouvidos políticos, por exemplo, às vezes ouvem e às vezes não ouvem os gritos de toda a gente.

Ouvidos políticos só ouvem gritos gritados por toda a gente, se a frequência vibratória do grito não fere os interesses da cabeça onde estão os ouvidos que então deveriam captar tais ondas sonoras.

Ondas sonoras emitidas pela insatisfação popular, pelo desgosto resultante do voto mal dado, pela confiança desmerecida, pela indecência oferecida por aqueles que prometiam belas pinturas em épocas eleitorais e fizeram diferente, só são captadas pelos ouvidos do político decente, digno, limpo de atitudes, sentimentos e objetivos; do político que sonha o mesmo sonho da gente que sofre e muitas vezes desespera; do político que conhece a dor das pessoas que caminham pelas estradas pedregosas muitas vezes, escorregadias outras tantas e no mais das vezes inseguras, como as da história escrita durante as últimas décadas no Brasil, mas não só aqui. Só ouvidos assim, limpos, ouvem com absoluta clareza, os gritos gritados.

Estamos vivendo um tempo quando os gritos de toda gente têm sido emitidos insistentemente, mas não têm sido ouvidos pelos ouvidos que deveriam estar sempre atentos ao som do que grita o povo.

As esquerdas políticas e ideológicas sempre aberrantes e sempre escandalosas, sempre irresponsáveis e sempre inconsequentes, sempre fantasiosas e sempre exageradas, sempre camufladas e sempre medonhas, têm insistido em gritar sons em frequência diferente daquela em que toda a gente grita.

E fazem isso com objetivos de tornar silencioso o grito das verdades que derramam por toda parte, pra que só ouvidos incapazes de ouvir o interesse de todos, sejam capazes de ouvir.

Por isso o grito do povo – não só no Brasil, mas em todo o mundo! - tem sido confundido com o silêncio. Tem sido considerado inexistente. Tem sido considerado como sendo o próprio grito do silêncio.

Esquecem-se, aqueles que assim pensam e agem, aqueles que gananciam e exorbitam, aqueles se imaginam eternamente poderosos e aqueles outros que se sentem donos de tudo o que é de todos, que a vida – embora eterna – é dividida em pedaços que se sucedem, no plano físico, como lições indispensáveis ao aprender e evoluir; e não para que se locupletem os famintos de dinheiro e poder.

“Hoje pavão amanhã... só um simples espanador”, diz o velho adágio!

Não foi atoa que o Cristo alertou que “a cada um será dado conforme fizer”.

Que dizer, diante do grito mudo do povo não ouvido e da surdez daqueles outros que deveriam agir em defesa de natureza, animais e gentes, mediante a penúria que o fogo tem causado em diversos lugares do mundo, como já foi na Austrália e agora nos Estados Unidos da América e no Brasil?

Como aceitar sendo natural o incêndio do Pantanal onde fauna e flora estão sendo consumidas pelas chamas, mesmo diante de opiniões exaradas por quem certamente sabe que está sendo inconsistente ao afirmar que fogo se combate com fogo e que o Pantanal está queimando porque lá já não há mais pecuária extensiva, como até há pouco havia, tornando farta a pastagem natural, que queima por si só?

Segundo dados do Prevfogo, Centro Nacional de Prevenção e Combate aos incêndios florestais, do Ibama, só em Mato Grosso já foram queimados, em 2020, nada menos do que 1.200.000 hectares do Bioma Pantaneiro.

E aí também se foi a fauna e se foi a flora, causando desespero, descontentamento, inconformismo e revolta entre milhares de milhões de pessoas; não só em Mato Grosso, mas em todo o mundo.

Contabilizada aqui também a queimada no Pantanal de Mato Grosso do Sul, segundo a mesma fonte a Natureza destruída pelas chamas chega à triste e inimaginável área pantaneira de 2,3 milhões de hectares!

Será eventual, isso?

Será casual, como muitos têm afirmado e reafirmado, a origem e a progressão de tamanho incêndio?

Ou estará o dedinho do satã segurando mãos que cumprem ordens e mandam chamas contra pastagens, animais, lavouras e matas que não sabem chamar?

É o grito do silêncio!

Porque certamente não haverá quem o ouça e não haverá quem explique o incêndio que destrói o Pantanal Mato-grossense e as grandes áreas plantadas – por soja, milho, algodão e pasto – no Chapadão dos Parecis, a maior área plana e agricultável do planeta, com fatos e fundamentos diferentes de razões outras, como às vezes são vazadas de cabeças movidas não por sentimento de humanidade e de respeito à Natureza, mas pela venenosa ideologia esquerdista, que não se conforma com a perda dos espaços políticos que consideravam seus, mesmo sabendo que nada nos pertence, exceto a responsabilidade pelos efeitos daquilo que fazemos ou determinamos seja feito.

Que as Forças Positivas do Universo entrem em ação rapidamente!

Não há tempo a perder!

“Ou nos livramos das saúvas ou as saúvas acabarão com todos nós”, plagiando o bom Monteiro Lobato.

E pra não esquecer que precisamos escrever história nova depois de tanta tristeza, aqui o eco do necessário grito incansavelmente repetido; e que este não soe como um grito silencioso:

Novembro e eleições estão vindo aí.

Não reeleja quem deixou de cumprir o que um dia jurou e esqueceu e para votar escolha candidatos sem rastros sujos, sem marcas desajeitadas, sem exemplos levianos, sem truculência, sem presunção de poder indiscutível e sem genética política degradante, deprimente, corrupta e deletéria.

LINK PARA O ÁUDIO DO TEXTO:

https://soundcloud.com/arquimedes-499960205/o-grito-do-silencio

...

*Arquimedes Estrázulas Pires é só um cidadão brasileiro.

E-mail: estrazulas10@gmail.com
Twitter: @estrazulas10


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