capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.948.123 pageviews  

Falooouuu... Frases e textos para ler, reler, treler e guardar

TEMA LIVRE : Kleber Lima

Outras colunas do Tema Livre

Acerca do equívoco
21/09/2005

Novamente a revista Veja (edição do último domingo, 18) destila todo o seu reacionarismo para tentar aproveitar a crise política provocada pelos medíocres do PT para atacar a esquerda, em particular, e o socialismo, em geral.

São dois os pressupostos da revista:

1) o equívoco primordial do PT foi ter nascido empunhando a bandeira socialista, em 1980, quando esse sistema já estaria carcomido pelo tempo e a história; e

2) o equívoco secundário, resultante do primeiro, foi transformar Lula no operário-símbolo dessa luta de conquista do poder, como recurso tático de acumulação de forças dentro do campo democrático para construir,a posteriori, um processo revolucionário.

É muita bobagem vendida num único texto. Sobre o equívoco socialista (que significa, na verdade de Veja, e a eternização do capitalismo), Francis Fukuyama o fez com muito mais propriedade nos anos 90, sob o título de seu famoso livro “O fim da história e o último homem”, e não prosperou. Porque é demais para a cabeça de qualquer pessoa com um nível de informação elementar a idéia de que o capitalismo - a sociedade de mercado, a concentração de renda, a exclusão social e a vulgarização da vida – possa ser o último estágio de evolução da organização social e econômica da humanidade.

Já quanto ao equívoco de Lula como vetor da causa socialista no Brasil, sou forçado a concordar. O problema dessa gente mal intencionada da direita ou a serviço dela (e mesmo de setores tidos de esquerda, mas desonestos intelectualmente) é que sempre pegam um dado verdadeiro para construir uma premissa falsa. É a isso que chamam de falso silogismo ou simplesmente sofisma.

Lula, de fato, nunca foi socialista ou revolucionário. No máximo, foi um grande líder de massas, com um carisma extraordinário, e com uma vocação nata para a liderança sindical. Ponto. A sua transformação em agente revolucionário deve ser creditada na conta dos intelectuais heterodoxos que sempre acreditaram na revolução sem sangue, pelas vias pacíficas. O resultado é o que estamos vendo.

Mas, daí a classificar todo o escândalo do mensalão como arquétipo do revolucionário ou do socialista são outros quinhentos. A corrupção em escala é, antes de tudo, uma chaga capitalista, fruto da deploração dos valores éticos da humanidade, da lógica do lucro a qualquer custo e da visão patrimonialista, anti-republicana, de tornar o bem público propriedade privada. O grande erro dos “companheiros” do mensalão foi se deixar afetar por esse vício burguês, construindo eles próprios seu sofisma de acumulação de forças para a revolução.

Mas, esteja certo, caro leitor, o socialismo já sofreu reveses piores na história e nem por isso morreu. E por uma razão simples: não se mata uma utopia! O melhor retrato dessa crise, creiam, é a agonia do capitalismo moribundo que produz miséria, exclusão, fome, violência, guerras, abala instituições, valores, moral, ética, na tentativa hercúlea de manter-se vivo.

...

*Kléber Lima é jornalista em Cuiabá/MT -- E-mail: kleberlima@terra.com.br



OUTRAS COLUNAS
André Pozetti
Antonio Copriva
Antonio de Souza
Archimedes Lima Neto
Cecília Capparelli
César Miranda
Chaparral
Coluna do Arquimedes
Coluna do Bebeto
EDITORIAL DO ESTADÃO
Edson Miranda*
Eduardo Mahon
Fausto Matto Grosso
Gabriel Novis Neves
Gilda Balbino
Haroldo Assunção
Ivy Menon
João Vieira
Kamarada Mederovsk
Kamil Hussein Fares
Kleber Lima
Léo Medeiros
Leonardo Boff
Luciano Jóia
Lúcio Flávio Pinto
Luzinete Mª Figueiredo da Silva
Marcelo Alonso Lemes
Maria Amélia Chaves*
Marli Gonçalves
Montezuma Cruz
Paulo Corrêa de Oliveira
Pedro Novis Neves
Pedro Paulo Lomba
Pedro Pedrossian
Portugal & Arredores
Pra Seu Governo
Roberto Boaventura da Silva Sá
Rodrigo Monteiro
Ronaldo de Castro
Rozeno Costa
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho
Serafim Praia Grande
Sérgio Luiz Fernandes
Sérgio Rubens da Silva
Sérgio Rubens da Silva
Talvani Guedes da Fonseca
Trovas apostólicas
Valéria Del Cueto
Wagner Malheiros
Xico Graziano

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Comentário de Montezuma Cruz (montezuma.cruz@ig.com.br)
Em 21/09/2005, 11h21
Ser Jornalista
Ser jornalista

Luís Nassif

Foi um telefonema de minha filha, quase no final da noite de quinta-feira que me alertou para a data. Naquele 1º de setembro completava 35 anos de jornalismo. Estava chegando de Brasília, na fila do táxi do aeroporto de Congonhas e quase imediatamente me vi transportado para o Largo da Concórdia, no Braz. Tinha vindo para São Paulo, passei no vestibular para Comunicações, e fui morar com meus avós na Vila Maria. Acordava às cinco da manhã, pegava o ônibus até o Largo da Concórdia e, de lá, para a USP. Na volta, parava na Avenida Paulista onde havia uma condução que levava até o prédio da Editora Abril, na Marginal Tietê.

Consegui o estágio por indicação do Luiz Fernando Mercadante, grande jornalista político, depois editor consagrado da revista Realidade, que no começo de vida foi casado com minha tia Zélia.

A revista Veja tinha sido criada três anos antes por Mino Carta e um grupo dos melhores jornalistas do país, muitos deles vindos do Jornal da Tarde, outra notável criação de Mino.

Naquele dia 1º de setembro de 1970, a revista pela primeira vez abria vagas para novos estagiários. Entramos eu, a Ângela Ziroldo e o Dailor Varela, sob as ordens do chefe de reportagem Talvani Guedes.

A Abril tinha fama de ser a melhor empregadora da imprensa. De fato, Victor Civita havia criado um ambiente interno, nas diversas redações, que facilitava enormemente a criatividade. Pela primeira vez, tentava-se implantar o modelo norte-americano de editoras, com revistas segmentadas, padrões gráficos requintados, enorme rigor no acabamento e pouca profundidade nas matérias -para poder pegar um público mais amplo.

Realidade ainda era uma redação de peso, mas naqueles três anos, Mino havia convertido a Veja no veículo de maior prestígio do país. Trabalhar na Veja equivalia, na época, a trabalhar hoje na Globo. Éramos todos inteligentes, brilhantes, mordazes, dos editores aos boys.

Em breve, os focas nos unimos em uma amizade que permaneceu por toda a vida - embora raramente nos encontremos. Foi lá que conheci os gaúchos, Geraldo Hasse, Jorge Escosteguy, Hélio Gama e Paulo Totti (secretário de Redação que me arrumou a vaga na Economia), com o estilo franco e direto do sul; a mordacidade típica da bancada mineira, com Geraldo Mayrink, Nirlando Beirão, Fernando Morais e Humberto Werneck; as brigas dos potiguares Talvani Guedes da Fonseca, e seus irmãos Jaílson e Roberto, mais o Dailor; os cariocas Tinhorão, Luiz Garcia, Paulo Henrique Amorim e Elio Gaspari; os paulistanos Sérgio Pompeu, Emílio Matsumoto, José Roberto Guzzo e Tão Gomes Pinto; a erudição de Léo Gilson Ribeiro, a fidalguia da bancada internacional, com Dorrit Harazim, Roberto Pompeu de Toledo e Ricardo Setti, mais a simpatia provocadora do Palhares.

Sobre todos pairava a figura de Mino, tão admirado que ser chamado à sua sala equivalia a uma promoção.

Bem público

Passamos por grandes e boas. Foi lá que acompanhamos, primeiro, a celebração do "milagre", depois, o início da reação contra a ditadura. Aliás, outro dia, no clube que freqüentamos, o Mino lembrou-me de uma cena que protagonizei - e, pouco depois, o Juca Kfouri também me lembrou do episódio.

No início da resistência contra a ditadura, houve um grande evento no Teatro Ruth Escobar, uma mesa de debates com a presença de Mino Carta, Ruy Mesquita, Raymundo Pereira (do jornal Movimento, para quem mandava todas as matérias que não conseguia emplacar na Veja) e o ex-ministro Severo Gomes.

O primeiro encontro foi proibido pela ditadura. Marcou-se um segundo, teatro apinhado, lá pelas tantas, Ruy Mesquita fez um vigoroso discurso contra a ditadura, mas disse temer menos as ditaduras de direita, porque duravam menos, e dava como exemplo a ditadura do Chile -que, em sua opinião, terminaria em breve. No atrevimento dos meus 26 ou 27 anos, pedi a palavra e o desafiei: "Acho que o senhor está errado: vai durar muito". Ele rebateu e fui mais atrevido ainda: "O senhor quer apostar?" E ele: "Apostar o quê?" E eu, na maior cara de pau: "Um emprego no seu jornal". Nessa idade, a gente é muito atrevido mesmo.

Depois, foi a convivência com o pessoal do Jornal da Tarde, mais tarde a experiência inesquecível de participar, por alguns meses, de reuniões diárias com seu Frias, na Folha, o prêmio de ter podido conviver com ele e seu João Saad, da Bandeirantes, a experiência de dar um salto no escuro para poder montar minha empresa, pela absoluta incapacidade de tratar com chefias convencionais.

Nesses anos todos, freqüentei muitos ambientes, o da música, o dos empresários, o da academia, os ambientes políticos, os econômicos. Mas não me arrependi nem um pouco quando, aos 13 anos, enfrentei meu pai e anunciei: "Quero ser jornalista".

Nasci jornalista. Vou morrer jornalista. E lutar até o último dia pelos valores que elevaram nossa profissão à condição de bem público, até mesmo em brigas inúteis pelos valores que dona Tereza me ensinou desde cedo, quando se tornou a primeira pessoa a me sonhar jornalista.

Comentário de talvani guedes da fonseca (tguedesdafonseca@yahoo.com.br)
Em 21/09/2005, 10h03
É a CIA, Kleber
Veja, leia-se CIA, a agência central de inteligência dos Estados Unidos que Osama Bin Laden humilhou, num "rock" magistral derrubou duas torres, cheque-mate no imperialismo, início de sucessivas guerras, mortes. Trabalhei lá, estou na foto dos empregados de "seu" Victor, um homem de bem, meu amigo, na edição número um, cuja capa é a luta da foice contra o martelo, numa época em que ninguém pensava em queda de nada, nem de muros ou de impérios. Era a CIA quem falava, quem fala nessa "reportagem" e tem razão ao menos numa coisa, o Pt acabou, e nem de esquerda essa "coisa" oportunista é. Quanto ao socialismo, calma, companheiro: é uma necessidade de Estado ou o Brasil continuará ameaçado em sua cultura, soberania, no dever de dar à população o melhor, e não aos patrões ou credores internacional, e ao direito de cada um de nós de desejar ardentemente uma Pátria melhor para nossos filhos, e esta virá, inevitavelmente,
porque o capitalismo exauriu-se, e, por não ter Pátria, tenta destruir a nossa. Robert Civita, que é na realidade Roberto, apesar de pronunciar o próprio nome com sotaque, jamais será um brasileiro nato, e o General Geisel, coitado, que dizia ser perigoso permitir a imprensa, a comunicação de massas, em mãos de brasileiros naturalizados. Bom, era um ditador, no entanto, na realidade, do Pt, o verdadeiro criador.
As elites estratégicas brasileiras há tempo não se guiam por esse pasquim recheado de publicidade. Acalme-se, Kleber.
Veja não vale nada.

  Textos anteriores
26/12/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
21/12/2020 - ARQUIMEDES (Coluna do Arquimedes)
20/12/2020 - IDH E FELICIDADE, NADA A COMEMORAR (Fausto Matto Grosso)
19/12/2020 - 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (Marli Gonçalves)
28/11/2020 - OS MEDOS DE DEZEMBRO (Marli Gonçalves)
26/11/2020 - O voto e o veto (Valéria Del Cueto)
23/11/2020 - Exemplo aos vizinhos (Coluna do Arquimedes)
22/11/2020 - REVENDO O FUTURO (Fausto Matto Grosso)
21/11/2020 - A INCRÍVEL MARCHA DA INSENSATEZ (Marli Gonçalves)
15/11/2020 - A hora da onça (Coluna do Arquimedes)
14/11/2020 - O PAÍS PRECISA DE VOCÊ. E É AGORA (Marli Gonçalves)
11/11/2020 - Ocaso e o caso (Valéria Del Cueto)
09/11/2020 - Onde anda a decência? (Coluna do Arquimedes)
07/11/2020 - Se os carros falassem (Marli Gonçalves)
05/11/2020 - CÂMARAS MUNICIPAIS REPUBLICANAS (Fausto Matto Grosso)
02/11/2020 - Emburrecendo a juventude! (Coluna do Arquimedes)
31/10/2020 - As nossas reais alucinações (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - PREFEITOS: GERENTES OU LÍDERES? (Fausto Matto Grosso)
26/10/2020 - Vote Merecimento! (Coluna do Arquimedes)

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques