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TEMA LIVRE : Talvani Guedes da Fonseca

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Quem tem medo de Karl? -- Final
21/11/2005

Porque vende a sua força de trabalho, não atua para si mesmo, como disse Marx, no trabalho o trabalhador não está em si, mas fora de si, porque a liberdade na produção, seja de uma casa, um apartamento, uma mercadoria, enfim, é tão pequena que nem sequer pode determinar o conteúdo, o sentido e o fim do que é produzido. O trabalho assalariado não resulta em propriedade para quem trabalha, para o trabalhador; cria capital, ou seja, aquela propriedade que explora o trabalho assalariado e que só pode aumentar sob a condição de produzir novo trabalho assalariado para voltar a explorá-lo.

O preço médio do trabalho assalariado é o mínimo de salário, ou seja, a soma dos meios de subsistência necessários para que o operário viva como operário.

O que o assalariado obtém com sua atividade apenas é suficiente para reproduzir sua pura e simples existência, daí ser dever do comunista lutar para abolir o caráter miserável dessa apropriação pessoal dos produtos do trabalho, necessários à reprodução da vida imediata, apropriação essa que não deixa nenhum lucro líquido capaz de conferir poder sobre o trabalho alheio.

Na sociedade capitalista, o capital é independente e pessoal, enquanto o indivíduo ativo é dependente e impessoal. O sapateiro faz sapatos para calçar o povo, mas só usa os pares mais baratos, enquanto o operário da construção civil, que constrói casas e apartamentos, não pode morar neles.

O pobre quanto mais miserável menos ganha, por isso só têm a ganhar com o socialismo.

Milhares, milhões passam fome.

No mínimo, socialismo é bom para os pobres, ora bolas!, não é mole, e disso nada sabia o messiânico ou seu partido, daí, governarem para os banqueiros do mundo inteiro.

Não é?

Se não houvesse a posse, talvez o ser humano, não, o mundo começasse a sofrer mudanças reais e mais velozes; tivessem o eu, o ego, e aí o ser humano seria feliz.

Deveríamos agradecer a Vinícius de Moraes pelo poema Operário em Construção, de fundamental importância para a minha geração:

“Era ele quem erguia casas
onde só havia chão
como um pássaro sem asas
ele subia com as asas
que lhe brotavam do chão
mas tudo desconhecia
de sua grande missão
não sabia por exemplo
que a casa de um homem é um templo
um templo sem religião
como tampouco sabia
que a casa que ele fazia
sendo a sua liberdade
era a sua escravidão”.

Como disse Karl, o capital é um instrumento de pescar trabalho alheio, mas ninguém tem direito de explorar a força de trabalho do semelhante.
Contudo, é através da força de trabalho que o patrão tem sempre maiores lucros e, em troca de salários que não permitem matar a fome, nem vestir, nem morar, o assalariado fica sempre mais empobrecido.

O patrão compra a força de trabalho que o trabalhador vende e que não é diretamente o seu trabalho, mas sua força de trabalho, cedida temporariamente ao capitalista, que passa a ter o direito de dispor dela.

Ele não é proprietário das condições de produção, nem do campo que lavra nem do instrumento com que trabalha, daí o salário ser uma forma injusta de remuneração, que avilta a própria dignidade do trabalho e não possibilita uma vida digna.

O ser humano não pode ser apenas um instrumento da produção, usado como fonte de lucro, mais valia, porque a vida humana não pode ser transformada em mercadoria.

O operário, o assalariado não possui nada, nem os meios de produção nem o produto final do seu trabalho, as vantagens são reservadas aos proprietários dos meios de produção, os patrões. Quando trabalha, não constrói um apartamento, apenas reproduz capital, o lucro do patrão, que sobe na medida em que o salário baixa. O trabalhador não se torna livre, porque os salários não aumentam na proporção dos preços.

A riqueza e a acumulação de bens são criminosas; os bens foram feitos para serem usados e repartidos entre todos. Não adianta acumular. Vai faltar para alguém. Para forçar um tipo de vida a todos nós, a engrenagem em que vivemos possui poderes de pressão e inúmeros mecanismos de dominação, no Estado e na sociedade, como a religião e a educação, além dos meios de comunicação de massa, que não param de dizer compre, compre, compre, pague, pague e pague, e, no entanto, tudo o que uma pessoa precisa é viver, mas se não trabalhar e produzir, não come.

Todos sabem que a questão não é produzir ou não produzir, é o bem comum. Mais importante do que produzir é distribuir o que se produz, mas não é assim que os poucos que ganham muito e a classe dominante agem.

Utilizam a mídia para apresentar uma visão invertida da sociedade, como forma de impedir que a maioria desta mesma sociedade tenha tempo de pensar e agir. O capitalista discorda e diz que o importante é consumir o que ´ele´ produz, e que para isso paga salários, explora o trabalhador, e ordena que consuma, consuma, consuma.

Seria esta a razão da vida?

...

*Talvani Guedes da Fonseca é jornalista, poeta e escritor norte-rio-grandense.


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Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Comentário de Jailton Fonseca (jailton.fonseca@ig.com.br)
Em 02/06/2011, 08h40
Quem te medo de Karl?
Como conseguir o 1º capítulo de "Quem tem medo de Karl?" de autoria de Talvani Gudes da Fonseca.
Caso seja possível, envie pelo meu e-mail: jailton.fonseca@ig.com.br
Atenciosamente
JAILTON

Comentário de Leitor de MT (leitormt@lettera.es)
Em 23/11/2005, 18h21
Viva...
viva o bozo, o tiririca, o zé bodega e a vovó mafalda.

Comentário de tag (tguedesdafonseca@yahoo.com.br)
Em 21/11/2005, 08h45
Tovarich, spassiba!
Sugiro ao tovarich menchevique a troca dos termos esquerda e esqueristas do belo comentário feito, de direita, assumido, coisa que o Pt deveria ter feito desde que surgiu,
e ponha nos lugares dessas dignas palavrinhas, que nada têm a haver com a picaretagem ideológica dos josés, luíses, dirceus, a corja inteira, as que merecem: direita, direita capitalista, isso, que não vive sem estatística, e Karl não era que nem nós, percentuais: ele foi a unidade viva da
dignidade humana.
Viva Karl Friedrich Marx!
Viva a Revolução Socialista!
Permanente, como queria Lev Davidovitch Bronstein, primeiro Comandante do Exército Vermelho, homem de bem, de raça, assassinado por ser judeu.
Ele e Karl.

Comentário de Kamarada Mederovsk (donquixote@estadao.com.br)
Em 21/11/2005, 07h27
marx , o cínico!
Os movimentos esquerdistas baseados no Marxismo, em toda a história, se fez através de mentiras.

Marx foi o primeiro mentiroso, justificando sua tese em "O Capital" com estatísticas da economia inglesa de quarenta anos anteriores ao período proposto na obra, jurando que eram dados recentes.

As anotações contidas nos Livros Azuis de Biblioteca do British Museum das pesquisas de Marx, levou analistas da Universidade de Cambridge a concluir que "há um desapreço quase criminoso no uso das fontes".

A farsa era tão grande que Phroudon o intitulou de "plagiador", por fazer fama apropriando-se indebitamente dos principais jargões socialistas da época, tais como: "a religião é o ópio do povo", de Louis Blanc, "trabalhadores de todo o mundo, uni-vos", de Shapper, além do seu Manifesto Comunista ser copia grosseira do Manifesto da Democracia de Victor Considérant.

A falta de caráter de Marx é a única coisa real no marxismo.

E não é à toa que os regimes marxistas nunca consideraram as leis morais.

Para Lênin "nem um só problema na luta de classes foi jamais resolvido, na história, exceto pela violência".

Isso justificava a sua ditadura do proletariado baseada não pelas leis ou eleições, mas sim através da tortura, cárcere e mortes.

Trotsky era mais descarado e justificava atos violentos da ditadura soviética dizendo que "não é possível fazer o omelete sem quebrar os ovos".

E o descaratismo marxista seguiu seu rumo com Stalin, Mao Dzedong, Fidel Castro, Pol Pot, todos justificando seus crimes contra a humanidade com a "moral proletária" criada por Marx.

Outra característica interessante do Marxismo é a dependência do capital (por conseguinte, do Capitalismo) para a vida marxista.

Marx era um filho bastardo da burguesia que brincava de teórico messiânico às custas da usurpação do capital da mãe, Henrietta, e do tio Leon, que era um rico empresário.

A partir daí, o financiamento capitalista ao marxismo foi homologado nos regimes comunistas, evidenciado com a queda da URSS, que revelou ao mundo que o capitalismo nunca deixou de existir por detrás da cortina de ferro.

Afinal, alguém tinha que trabalhar para juntar capital e remunerar, via extorsão estatal-tributária, a Nomemklatura bolchevique.

Assim sendo, não é difícil entender a lambança da moralidade petista.

Como alguém que defende a mentirada marxista pode ter vergonha de alguma coisa?

Assim como Marx, os petistas dissimulam descaradamente. E o caixa-dois das campanhas comprova o cinismo como herança de Karl Marx, que em uma de suas cartas a Engels, desculpando-se por atitudes deselegantes, confessa: "...em geral, nessas circunstâncias, meu único recurso é o cinismo".

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