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TEMA LIVRE : Kleber Lima

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Feliz 2006, presidente!
04/01/2006

Vi, como a maioria de vocês, a entrevista do presidente Lula ao Fantástico no dia primeiro. Vi e ouvi com atenção. A entrevista foi boa, tanto do ponto de vista do fato em si, como também pelos detalhes da condução feita pelo Pedro Bial. Já li que alguns acharam o Bial muito truculento, mais inquisidor do que entrevistador. Despeito puro. As perguntas feitas eram absolutamente necessárias. Sem elas, não seria uma entrevista, mas sim puro levantamento de bola.

Já quanto às respostas, bem, aí claro que haverá muito mais divergências, porque acaba virando torcida contra e a favor do presidente, cada qual com seu ponto de vista.

Lula deu as respostas possíveis a um presidente da República. Esperto e talhado em décadas de militância e relação com a imprensa, saiu-se bem das cascas de banana que o bom repórter ia colocando em seu caminho.

O que mais me chamou a atenção, contudo, foi o final da entrevista. Vi um Lula seguro ao afirmar que este será o melhor ano da vida dos brasileiros, embora tenha ressalvado que não cometerá nenhuma irresponsabilidade com o país por ser este um ano eleitoral.

Em suas palavras, Lula disse que “a única coisa de que tenho certeza de dizer é que 2006 será o ano do povo brasileiro, porque está tudo engatilhado, está tudo preparado, está tudo armado para que o Brasil tenha um forte crescimento, uma forte distribuição de renda, muito emprego para esse povo e, quem sabe, vamos juntos construir o Brasil que sonhamos há muito tempo construir”.

Independente e acima das preferências políticas, creio que o povo brasileiro precisa acreditar nas previsões do presidente. O mercado deve reagir positivamente a elas, porque o país tem a necessidade de crescer, de aquecer a economia, de gerar emprego, de dar alento à classe média e aos trabalhadores, que vêm acumulando perdas e arrocho há décadas.

E ao desejar um bom 2006 ao presidente não faço por bajulação tampouco por preferência político-eleitoral. Faço-o por interesse mesmo. Se Lula de fato conseguir realizar as previsões que fez para este ano, certamente todos nós, você e eu também, teremos um ano bem melhor, frustrando os pessimistas que vêm alardeando um ano de recrudescimento da crise econômica, sobretudo em Mato Grosso, por causa do estrangulamento do agronegócio. Logo, ao desejar um ano bom ao presidente, o voto é implicitamente extensivo a todos os brasileiros, especialmente a você, meu preclaro e nobre leitor. Então, feliz 2006!

...

P.S.: Lá atrás coloco as aspas antes do ponto final. Contrario a regra moderna intencionalmente. Ora, se o nome é “ponto final”, então ponto final não pode vir antes das aspas, senão não seria final, mas no máximo semifinal, penúltimo. Mas essa é uma das minhas brigas inglórias com a língua portuguesa. E ponto.

...

*Kleber Lima é jornalista em Cuiabá/MT -- e-mail: kleberlima@terra.com.br


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Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Comentário de misericórdia antunes (miseriant@hotmail.com)
Em 04/01/2006, 11h15
lulice
Kda presidente tem a Marilyn Monroe que merece.

Comentário de mederovsk (donquixote@estadao.com.br)
Em 04/01/2006, 08h41
me tira....
Ô TALVANI, bem-vindo a 2006, "tirou daqui", tô fora da relação e veja a razão:

"Se reeleito, Lula promete continuar não sabendo de nada. Eis o líder do partido que não distribui renda, mas some com ela
— A campanha de Lula está pronta: se for reeleito, ele promete continuar a não saber de nenhuma safadeza que venha a ser feita no seu governo. Será o presidente apenas das boas notícias. As más ficam por conta dos desvios de conduta. Assim, poderemos todos dormir tranqüilo: enquanto os ratos roem a República, o supremo mandatário continuará a dormir em berço esplêndido, em lençóis de linho egípcio, comprados com o dinheiro dos desdentados. Quando a gente acha que Lula já chegou ao limite, ele sempre avança um pouco, para lembrar Millôr. Só não fico com pena porque ele nos custa muito caro — na verdade, tem custado ao longo de duas décadas. Feita uma síntese da entrevista do petista a Pedro Bial, temos o seguinte: o presidente acredita que seu crescimento mequetrefe e sua distribuição de renda ridícula — feita à base do empobrecimento da classe média — o autorizam a liderar um governo mergulhado na corrupção. Ele está, em síntese, nos oferecendo uma troca. A gente mantém o partido chupa-cabra no poder, e ele continua a nos garantir os juros reais mais altos do mundo, o aumento contínuo dos gastos com a máquina petista de aparelhar o governo, o esmolário eleitoral do Bolsa Família e a diminuição da distância entre quem ganha mais e quem ganha menos: isso se fará, claro, tirando de uns, mas sem dar aos outros. O PT é um estouro: não distribui a renda; dá sumiço nela." — Reinaldo Azevedo http://www.primeiraleitura.com.br/auto/index.php

Comentário de tag (tguedesdafonseca@yahoo.com.br)
Em 04/01/2006, 08h26
Dseje só para ele
Me tira dessa relação, meu Brasil é outro, não é pessimista, por isso é que eu quero
que esse picareta de "esquerda" tenha o ano
novo que merece. Sente aí e espere.
Feliz ano novo, uma... banana verda adequadamente encaixotada njo traseiro de
quem merece.
Não somos idiotas.

Comentário de mederovsk (donquixote@estadao.com.br)
Em 04/01/2006, 07h40
contraponto
"A fala de um tremendo cara de pau

Resumo da entrevista de Lula divulgada há pouco pelo programa Fantástico
da Rede Globo: não sabia, jamais soube da lambança estrelada por nosso
Delúbio, até porque se tivesse sabido ela jamais ocorreria.

Tudo de incômodo não foi causado por ele, não foi com ele, não é com ele.
Não leu os relatórios parciais das CPIs porque não é tarefa do presidente
da República ler relatórios parciais - só os definitivos.

E mesmo assim, sem deixar de levar em conta que mesmo esses terão de ser
"cientificamente" comprovados mais tarde pela polícia e pela Justiça.

Donde não pode o presidente emitir opiniões a respeito de nada até que a
Justiça puna os culpados e absolva os inocentes.

Não, ele não disse que levaria o ex-deputado José Dirceu para seu palanque
de candidato a um novo mandato - perguntaram se ele levaria. E ele apenas
respondeu que levaria...

É fato que sempre foi contra a reeleição, assim como sempre foi a favor de
um mandato presidencial de cinco anos - mas o jornalista Pedro Bial
esqueceu de perguntar por que ele não propôs ao Congresso acabar com a
reeleição e criar o tal mandato.

E como Bial não perguntou, Lula não respondeu.

Mentiu quando disse que o governo jamais criou obstáculos para as CPIs
(aposta que vire verdade a mentira tantas vezes repetida).

E se contradisse quando afirmou que o PT e o governo puninaram com o
afastamento dos seus cargos gente como Delúbio, Sílvio Pereira e até
Dirceu - para mais adiante dizer que a culpa de Dirceu não foi provada.

Então por que ele foi despachado do governo?

Elementar: porque era preciso entregar uma cabeça coroada para tentar
poupar a cabeça presidencial. Deu certo.

Cometeu platitudes, como de hábito: "Se tem 10 ou 20 dirigentes que
erraram, não se pode dizer que todo o partido errou".

Para em seguida emendar: "O PT (ele, não) cometeu um erro incomensurável,
de difícil reparação".

A certa altura, para se defender alegou uma "lista de dias de vida de
comportamento", esquecendo de qualificar o tipo de comportamento que
adotou por ocasião da referida lista de dias.

Lula aposta na fragilidade da memória coletiva e na ignorância de parcela
expressiva da população contemplada com os programas assistencialistas do
seu governo.

Pode ser o suficiente para assegurar a vaga dele no segundo turno da
eleição presidencial de outubro - mas não será para lhe assegurar um novo
mandato.

(Ricardo Noblat)"

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