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TEMA LIVRE : Talvani Guedes da Fonseca

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Vamos ressuscitar a praça
26/01/2006

Talvez tenha soado a hora de ressuscitarmos as praças das nossas cidades, forçar mais uma vez o reencontro do povo com o povo e com a arte, dar espaço aos poetas e fazer nascer os comícios cívicos, o sonho do poeta Castro Alves, que não ia ao povo pregar a libertação dos escravos, defendia justiça social, mudanças, o papel que cabe aos intelectuais e à arte, especialmente, à poesia.

Quem me deu a idéia de abordar esse tema foi uma seguidora incondicional de Darcy Ribeiro, a professora norte-fluminense, de Itaperuna, Luciana Pessanha Pires, e sem dúvida ela tem razão, Cascudinho disse-me que é na calçada que tudo começa, onde as pessoas sentam, conversam, e as calçadas levam às ruas e as ruas, às praças.

Eis uma maneira prática de rejeitar a televisão e revalorizar e revitalizar a cidade, fazer ressurgir o namoro, um velho costume que a urbanização intimidou, talvez nessa terra de músicos e poetas, Tonheca Dantas apareça tocando Royal Cinema, num sax contralto, entretanto falo é da praça de Castro Alves, do eu social do poeta condoeiro, de seus poemas políticos como Navio Negreiro, na luta contra a escravatura, e de um Brasil esquecido, o povo. Um Brasil com as nossas contradições psicológicas, de Castro Alves, histórias de luto do agitador das idéias abolicionistas e republicanas e autor de versos magnânimos na busca da redenção da humanidade por justiça e liberdade, idéias acima da arte.

A poesia existe para ser declamada, para mostrar o drama humano e levar à ação, e o lugar é a praça, que é do povo como o céu é do condor, a ave símbolo da libertação sul-americana.

No entanto, a grande questão é a praça.

A jornalista paranaense Lis Weingartner defendeu a interessante tese de recriar-se o jornal mural nas praças das cidades pequenas, médias, locais onde o povo teria a sua opinião, seu espaço, os jovens escritores, poetas, poderiam mostrar sua produção sem ter que passar pelas igrejinhas costumeiras nem ter que pagar pela informação.

Ela apresentou à Universidade Tuiutí um simples projeto arquitetônico, feito de madeira ou outro material, iluminado indiretamente, protegido por vidros o material propriamente dito do jornal, feito, evidentemente, por jornalistas, atualizado de hora em hora ou em espaços mais largos, só que o povo iria à informação dele próprio, o povo.

Uma idéia prática de reincorporar o povo à praça.

...

*Talvani Guedes da Fonseca é jornalista, escritor e poeta norte-rio-grandense.


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Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Comentário de pantanaldo (pantanaldo@brturbo.com.br)
Em 26/01/2006, 19h24
Como ir à praça?
Será que conseguiremos chegar à praça. Será que antes de lá chegarmos não seremos assaltados por um desses filhos da própria praça? Ou não teremos nosso direito cerceado por aqueles que outrora combatiam as arbitrariedades ou mesmo presos por estarmos exercendo nosso direito de manifestação? Ou, se conseguindo berrar, gritar, espernear, ao voltarmos ao estacionamento não mais encontramos nosso carro? Mas a praça ainda é a esperança. Vamos à praça

Comentário de Montezuma (montezuma@jornaldebrasilia.com.br)
Em 26/01/2006, 16h01
E a banda?
Parafraseando o Arquimedes: quem se lembra das bandinhas nos coretos das pracinhas?

Comentário de Montezuma (montezuma@jornaldebrasilia.com.br)
Em 26/01/2006, 15h35
Do footing, da TV preta e branca, e do respeito
E a gente participava do footing. Apreciava moças bonitas, famílias circulando à espera da segunda sessão do cinema, e outras saindo dali após a primeira. A gente via TV em preto e branco, na saudosa década de 1960 até o início de 1970, quando chegou-nos o sistema PAL alemão, e o País viu a seleção de futebol colorida.
Havia respeito nas praças, com ou sem as bonitas fontes luminosas. Havia paz e amor. Hoje, por onde a gente anda, as praças estão sujas, abandonadas, tristes. Com raríssimas exceções. A proposta do mural na praça marca um resgate de enorme significado. Parabéns à Lis pela autoria do projeto. E ao Talvani Guedes, pela grata lembrança de Castro Alves. Viva a praça!

Comentário de Arquimedes Estrázulas Pires (arquimedes.pires@brturbo.com.br)
Em 26/01/2006, 08h55
E a serenata?
Quem sabe, na remota possibilidade de resgate da ¨velha praça¨ seja possível despertar a serenata, pelo menos nas pequenas cidades do interior.
Na década de 1960 ainda era possível fazer serenata; cantei(?) com Risadinha e uma grande turma em Curitiba (Raimundinho, um dos maiores seresteiros que conheci, e outros!) quando as famílias recebiam os seresteiros com alegria, com canapés, com piano na madrugada e com aquele indescritível espírito de bem-querer; e as praças eram cenário de tantas noitadas seresteiras!
Saudade das praças onde o povo era bem vindo nas tardes preguiçosas e nas noites de inspiração maior!

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