capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/09/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.766.166 pageviews  

Falooouuu... Frases e textos para ler, reler, treler e guardar

TEMA LIVRE : Kleber Lima

Outras colunas do Tema Livre

A regra é o improviso
01/02/2006

O jeitinho brasileiro é um dos traços mais marcantes da nossa cultura, sobretudo para os estrangeiros, segundo alguns de seus relatos conhecidos sobre a nossa forma de resolver problemas, sair de situações adversas. Recentemente li em algum lugar um desses relatos, acometido de certo fascínio por nossa capacidade de improvisação, o chamado “jeitinho brasileiro”.

Um cara até escreveu um livro sobre isso. Chama-se Lourenço Stelio Rega, e o título é “Dando um jeito no jeitinho brasileiro”. Não li (e acho que nem vou fazê-lo, pois o cara faz uma discussão teológica do assunto, o que não me interessa muito), mas discute a dimensão ética desse nosso talento de burlar as regras para resolver problemas.

O jeitinho brasileiro, no entanto, pode-se fazer entender no dia-a-dia, em nosso cotidiano. Um dos exemplos dessa modalidade é a verticalização. Surgiu pelo jeitinho, para atender a determinados interesses, e agora tende a cair no mesmo contexto, para atender interesses outros.

Os políticos chamam a isso de casuísmo: você cria uma norma para atender não a uma necessidade história ou social, mas para satisfazer suas conveniências. Quando foi instituída, nas eleições de 2002, a verticalização foi uma livre interpretação constitucional do TSE, sustentada pelo STF. E no ano das eleições, quando a própria Constituição determina que a legislação eleitoral, assim como a tributária, deve ser fixada no exercício anterior.

E agora a mesma coisa: ao arrepio da lei máxima do país, o Congresso suspende a norma, depois do jogo iniciado. E de novo, a decisão caberá às cortes judiciais, ao que tudo indica.

A verticalização tem um princípio correto a meu ver. Apesar das diferenças regionais, que são fatores objetivos da vida política, os partidos no Brasil são nacionais. Possuem o mesmo CNPJ, não importando se é diretório nacional, estadual, municipal ou distrital. Têm o mesmo nome, número, cor, símbolo, sigla, se guiam pelo mesmo programa e estatuto. Logo, nada mais natural que tivessem também um padrão comportamental, e também de coligações. Em que pese as conveniências locais.

Ora, se houvesse essa coerência programática e ideológica, não haveria exceção regional, porque dificilmente um político entraria num partido sendo adversário de seus correligionários locais. Ao contrário do que ocorre hoje, quando o sujeito negocia com a cúpula, ganha de presente o controle do partido no estado ou município, e as bases que se danem.

Independente se a verticalização cairá ou prevalecerá (definição que influencia substancialmente o quadro das coligações regionais e nacionais), o fato é que o Brasil precisa impor limites ao jeitinho brazuca, ao casuísmo, pelo menos em matéria constitucional. Afinal, como diz o amigo André Pozetti, advogado novel e de boa cepa, a Constituição precisa ser protegida para que proteja a nós outros, os cidadãos.

...

Kleber Lima é jornalista em Cuiabá/MT. E-mail: kleberlima@terra.com.br


OUTRAS COLUNAS
André Pozetti
Antonio Copriva
Antonio de Souza
Archimedes Lima Neto
Cecília Capparelli
César Miranda
Chaparral
Coluna do Arquimedes
Coluna do Bebeto
EDITORIAL DO ESTADÃO
Edson Miranda*
Eduardo Mahon
Fausto Matto Grosso
Gabriel Novis Neves
Gilda Balbino
Haroldo Assunção
Ivy Menon
João Vieira
Kamarada Mederovsk
Kamil Hussein Fares
Kleber Lima
Léo Medeiros
Leonardo Boff
Luciano Jóia
Lúcio Flávio Pinto
Luzinete Mª Figueiredo da Silva
Marcelo Alonso Lemes
Maria Amélia Chaves*
Marli Gonçalves
Montezuma Cruz
Paulo Corrêa de Oliveira
Pedro Novis Neves
Pedro Paulo Lomba
Pedro Pedrossian
Portugal & Arredores
Pra Seu Governo
Roberto Boaventura da Silva Sá
Rodrigo Monteiro
Ronaldo de Castro
Rozeno Costa
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho
Serafim Praia Grande
Sérgio Luiz Fernandes
Sérgio Rubens da Silva
Sérgio Rubens da Silva
Talvani Guedes da Fonseca
Trovas apostólicas
Valéria Del Cueto
Wagner Malheiros
Xico Graziano

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Comentário de paulo cesar - pc (pauloambiental@bol.com.br)
Em 02/05/2009, 16h13
agendar uma reunião
o nobre colega Kleber lima, sou o pc colega da ufmt, preciso conversar com vc, por gentileza

  Textos anteriores
26/12/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
21/12/2020 - ARQUIMEDES (Coluna do Arquimedes)
20/12/2020 - IDH E FELICIDADE, NADA A COMEMORAR (Fausto Matto Grosso)
19/12/2020 - 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (Marli Gonçalves)
28/11/2020 - OS MEDOS DE DEZEMBRO (Marli Gonçalves)
26/11/2020 - O voto e o veto (Valéria Del Cueto)
23/11/2020 - Exemplo aos vizinhos (Coluna do Arquimedes)
22/11/2020 - REVENDO O FUTURO (Fausto Matto Grosso)
21/11/2020 - A INCRÍVEL MARCHA DA INSENSATEZ (Marli Gonçalves)
15/11/2020 - A hora da onça (Coluna do Arquimedes)
14/11/2020 - O PAÍS PRECISA DE VOCÊ. E É AGORA (Marli Gonçalves)
11/11/2020 - Ocaso e o caso (Valéria Del Cueto)
09/11/2020 - Onde anda a decência? (Coluna do Arquimedes)
07/11/2020 - Se os carros falassem (Marli Gonçalves)
05/11/2020 - CÂMARAS MUNICIPAIS REPUBLICANAS (Fausto Matto Grosso)
02/11/2020 - Emburrecendo a juventude! (Coluna do Arquimedes)
31/10/2020 - As nossas reais alucinações (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - PREFEITOS: GERENTES OU LÍDERES? (Fausto Matto Grosso)
26/10/2020 - Vote Merecimento! (Coluna do Arquimedes)

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques