CURTO & GROSSO

Edição de 01/04/2017

Marcos Antonio Moreira - fazperereca@yahoo.com.br

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RELAÇÃO SE DÁ À BASE DO PEGAR OU LARGAR

Indústrias de carne
dão o "Bolsa Tudo"

VACA FRIA

Simulacro de ministro de Agricultura tenta reempolgar a boiaderama a seu jeito -- "não é comigo!" -- porém, a realidade dos fatos aponta em um único sentido: a Operação Carne Fraca ainda vai doer, e bastante, no bolso dos criadores de bois, aves e porcos.

No caso dos pecuaristas, até a mais poderosa arma -- vender matrizes para forçar uma alta no médio prazo -- é festejada pelos donos de frigoríficos, porque, no retalho, empurram no consumidor carne de vaca (e também a de búfalo), 20% mais barata, como se de boi fosse.

Para vigiar o comportamento das processadoras e evitar, no futuro, que carcaça de frango vire peru, o governo acena, além do rastreamento, com a coleta de DNA de cada animal abatido -- solução aparentemente óbvia, simples, e como tal, simplória de fazer dó.

Se na rede pública de saúde, um exame desse demora meses -- isto quando o "cerumano" não morre na fila antes do dia da coleta do material; o resultado são outros janeiros --, imagine o de milhões e milhões de frangos, perus, porcos e bois... Francamente!

Além do quê, a decodificação do ácido desoxirribonucléico -- como o pooovo "falam" --, não revela se a carne é de gado roubado -- outro grave "pobrema" a, literalmente, tirar o sono não só de quem cria, mas de todos que, na roça ou no cercado, se atrevem a produzir munição de boca.

Já que existe estatudo, digo, estatuto a granel -- da criança e adolescente, do desarmamento, do idoso, da mulher, da caixinha de fósforo, do caralho de asa -- por que não o Estatuto do Servidor? Pouco importa se federal, estadual, municipal, "asponal" ou "terceirizal".

Coisa enxuta, jogo rápido, vapt-vupt, tipo "Os Sete Pecados Capitais", a fim de balizar a relação do barnabé com o e-leitor-contribuinte, com o consumidor interno e externo e com o mercado doméstico e exterior. Com direito à danação eterna, claro.

Assim, sem mais capítulos, multidão de artigos, manada de parágrafos, piracema de incisos. Seria o "Rubicão" do exercício da função pública. Se pular esse corguinho -- ou costear alambrado -- já sabe o que bão pra tosse.

Mas, aí o Brasil vira um país sério -- o que não coaduna com os mais arraigados costumes, lídimas tradições e sublimes virtudes peregrinas destes tristes trópicos, onde a roubalheira, notadamente nos últimos 13 anos, passou a emanar olor de santidade.

Hoje, basicamente, a relação poder público/abatedouros -- campeões nacionais ou não -- se resume a dois artigos consuetudinários: o "dá ou desce!" e o "é pegar ou largar!", que impôs a ambas as partes uma "omertà", fruto de um acordão cegamente respeitado.

O "dá ou desce!" tem a superestrutura -- Brasília, no caso -- na condição de usufrutária, via caixa dois, por e para manter o "status quo"; e o "pegar ou largar" vige no dia-a-dia do pessoal do SIF, sob a forma de ameaça de transferência compulsória lá para o cu da cobra.

Em compensação, o "Bolsa Tudo" garante ao segundo cesta básica-VIP, com carne fresca de 1ª -- aforante casa, carro do ano, "repiso" no salário, aval do fiscalizado, o escambau; enquanto do Tesouro só se arranca algum trocado à base de greves ou "dias de luta".

A suruba é tamanha que gera situações surreais nas duas pontas. Temos "laranjas" de frigoríficos com carteirinha e crachá timbrados do Serviço de Inspeção Fitossanitária, e "operadores" travestidos de deputado, senador -- todos mancomunados na mais santa paz... até a "Carne Fraca".

Evidente que este pobre marquês não alimenta a ilusão de que algo seja feito -- não com esses trastes. Nem tem pretensões messiânicas -- mister de Guias Geniais. Afinal, se eles que são os maiores prejudicados, os donos dos semoventes, não se movem...

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Marcos Valério pretende delatar — dos nomes dos mandantes do assassinato de Celso Daniel ao plano do PT para subornar ministro do Supremo Tribunal Federal.

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A dificuldade de o governo atingir a meta fiscal de 2017, que é, por incrível que pareça, um déficit primário de R$ 139 bilhões, dá a proporção do desastre causado nas contas públicas brasileiras pela política dilmista, avalizada por Lula, do “novo marco macroeconômico" — a mistura insana de muita despreocupação com as despesas e altas doses de descuido diante da inflação.

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Michel Temer jantava com dirigentes de entidades de classe, há dias, quando, já nas últimas garfadas do peixe, lembrou que a crise recomenda pedir um prato à base de carne. Jantou de novo.

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