No retorno do trecho Belém/Nazaré -- não está no Novo Testamento e tal, porém, reza a lenda --, o carapina José foi barrado em um destacamento de soldados romanos, com ordem do rei Herodes de sacrificar todas as crianças do sexo masculino recém-nascidas, pois entre elas estaria o esperado Nazareno, o Rex Iudeorum, segundo a profetaiada.

Ao se aproximar do jericozinho em cuja cangalhinha viajava escanchadinho o menininho Jesuzinho Cristinho, o Bom José ouviu uma voz: "Conte a Verdade!". Foi o que fez. E os soldados caíram na gargalhada e liberaram a família, por não acreditar que um pai, mesmo numa situação extrema, fosse capaz de colocar a vida do único filho em risco.

Dois mil e quinze anos passados, o soberano do Reino Encantando de Mato Grosso, Iosephus Petrus -- homônimo, portanto de nosso herói e seu padroeiro, não só fez ouvidos moucos como incorporou um xará Malazartes básico, quando de viva voz ficou sabendo pela boca do centurião de sua soldadesca, Maurus Zaqueum...

...que em seu reino a arapongagem de seus adversários políticos de estimação campeava solta, sem tabela. Embora não fosse acusado pelo subordinado de ordenar o malfeito, de pronto, negou peremptoriamente sequer ter conhecimento das escutas clandestinas. Pior: disse em entrevista que o relator do caso forjou documento público.

Ambos os litigantes apelaram ao Juízo Final, um contra o outro e vice versa. E logo no 1º versículo PTX levou uma carcada na vaga do rim: perícia técnica nos alfarrábios constatou que o registro no Serviço de Protocolo foi adulterado, sim, mas em Palácio, com a troca de horário da ordem de entrada do papiro. E haja ranger de dentes.

Novos e edificantes capítulos virão, por certo, como em toda causa judicializada, com direito a pentelho e carne mijada, como convém a folhetins de responsa. Enquanto isto, no caminho que leva ao Gólgota Pantaneiro ou do Cerrado, nada de Madalena, nada de Verônica, nada de Simão Cirineu e, claro, de tiro quié bão e o pooovo "gostam", NADA!