O áudio da conversa de quatro horas entre os delatores Joesley Batista — dono da JBS — e Ricardo Saud, executivo do grupo, foi analisado por Fachin, que resolveu pelo fim do sigilo, sob a justificativa de que o interesse público deve prevalecer.
Click aqui para saber mais e aqui para ler decisão
Enquanto é adorado na Casa Branca – a 11 dias do prazo fatal, não moveu uma palha no sentido de levantar o embargo norte-americano à carne fresca brasileira. Limita-se a dizer que os calombos encontrados nas peças de dianteiro exportadas aos Estados Unidos se resumem a uma "questão de estética", ou seja, "cu doce" dos gringos –, no Palácio do Planalto e na Esplanada sua precária reputação duvidosa anda mais suja que poleiro de pato.
O próprio partido em que se acha homiziado, o PP, fala de boca cheia que o reizinho que virou reuzinho "não me representa". E não é por conta de sua alentada folha corrida, porque na legenda o que não falta é elemento de altíssima periculosidade, representados em todos os escândalos passados – do dossiê fajuto, sanguessugas, ambulâncias, mensalão ao petrolão, só pra citar os mais cabeludos – e, por certo, naqueles que ainda não vieram a lume.
Seus "correligionários", vamos dizer assim, alegam, prenhes de razão, que o Ministério da Agricultura tem servido tão somente como micha para abrir as portas que lhe convém, a última delas no Banco Central, onde finalmente conseguiu realizar seu grande sonho de consumo: ter um banco para chamar de seu, cuja prioridade prioritária é dominar o mercado de cartão de crédito – aquela gaita esperta a juros camaradas aí na faixa de 500% ao ano. No mínimo.
Ingenuamente, o bestalhão-açu imagina que basta negar peremptoriamente suas mais recentes patifarias reveladas pelo delator-antecessor – que lhe valeram o galardão de chefe de organização criminosa – para continuar nessa vida bandida que é a política com pê minúsculo, se fiando na memória curta do eleitorado e na manada de recursos, embargos, o caralho de asa, que a Lei proporciona sem tabela aos ladrões de colarinho branco.
Ledo engano. Seu fim chegou, gaiteiro.
***
ÚLTIMA FORMA!
Os "meninos" da PF fizeram buscas esta manhã em um apartamento de Geddel Vieira Lima, onde apreenderam um camburão de dinheiro físico, na Operação Tesouro Perdido. Para quem não ligou o nome à pessoa, trata-se daquele baiano arretado que só foi ministro de Temer. De Lula e Dilma, não. E a se louvar nos relatos da mídia "enganjada" – grupo Globo à frente – naquele período notabilizou-se por ter construído biografia sem jaça.
Os novos áudios da delação de executivos da J&F entregues à Procuradoria-Gereal da República (PGR), na semana passada, citam os nomes de três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e a presidente da Corte, Cármen Lúcia.
Em nenhum deles, há menção ou atribuição a algum tipo de crime, de acordo com informações apuradas pelo Estado.
O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo também é citado em trechos das gravações publicados pela revista Veja nesta manhã de terça-feira, 5.
A menos de duas semanas de deixar o cargo Rodrigo Janot foi obrigado a declarar à imprensa que o seu principal assessor no órgão, o ex-procurador Marcello Muller, está envolvido até a medula com a organização criminosa dos irmãos Batista – Joesley e Wesley.
Ou seja: o escândalo, aliás, o petardo, entrou arrasando na sala de estar de Janot pulverizando a reputação do seu trabalho à frente da PGR até então abalizado pela população.
Investigadores se perguntam por que razão Joesley Batista entregou à PGR áudios que podem comprometer seu acordo de delação.
Joesley já se mostrou muito esperto para cometer erro tão crasso.
Ele tem ótimos advogados, conseguiu todos os benefícios: não foi preso; não teve o passaporte apreendido; não usou tornozeleira, não pode ser processado e, ainda, ganhou milhões após confessar crimes.
A decisão de Janot de pedir a revisão do acordo com base nesses áudios também intrigou os que enxergam no movimento brusco uma vacina.
Ah, fiquei muito comovido ao ver um grupo de jornalistas a tomar o lugar de ministros do Supremo e, ora vejam, a repetir a ladainha de Rodrigo Janot, o, desculpem a franqueza, Mistificador Geral da República.
Os coleguinhas asseguravam que, a depender dos desdobramentos das falcatruas que vieram à luz envolvendo as delações de Joesley e companhia, os benefícios da delação à bandidagem podem ser revistos ou cancelados, mas a operação não poderia ser anulada, e as provas seguiriam válidas.
Uma ova! Em primeiro lugar, quem define isso é o Supremo, não os jornalistas, por esforçados que sejam.