Diárias à parte, com direito a carro preto e motorista chapa-branca, em memorável jornada cívica e etílica, "otoridades" tucanas da Capital e grotões – nem todas, é claro, só as "normais", que fazem parte do grupo de "abenegados" aptos a votar –, escolheram na sexta o vereador Paulo Borges para comandar a esquadra de Mato Grosso na eleição do novo diretório nacional da legenda dia 9 de dezembro.

Quem viu aquilo tudo de fora, imaginou tratar-se de salutar demonstração de exercício democrático desta facção da burguesia, só que não. Simulou-se um "racha" na taba – a "ardeia" liderada pelo governador José Pedro Gonçalves Taques não "se apareceu", porque o distinto encontra-se em viagem à China, com escala na Alemanha, à frente de uma ruidosa e caudalosa comitiva.

PTX, conforme revelamos aqui, já fechou filiação ao PPS – o atual codinome do Partidão, que terá como candidato à Presidência o "Tiririca dos Descolados", Luciano Huck –, a fim de disfarçar a arriscada formação de chapa-pura, com seu nome na cabeça e o do federal Nilson Leitão para o Senado, o que levaria à previsível reação negativa do eleitor e, sobretudo, dos demais partidos potenciais aliados.

A viagem a Pequim, portanto, não passa de baita "agá" na bugrada. Mais: não tem a menor importância em termos de resultados práticos no curto e médio prazos, a não ser servir de plataforma de lançamento político de futurosos projetos bilionários nas áreas de infraestrutura e agro. Porém, quem conhece o milenar modus operandi chinês sabe que qualquer negócio com eles caminha a passo de cágado estressado.

De toda forma, Taques – agora comunista desde a mais tenra idade – não fez má figura. Mandou até bem em seu "afiado" mandarim macarrônico. Aprendeu a falar papai, 師傅, mamáe, 母亲, e farofa de banána, 易碎的 香蕉. Pela ordem, pronuncia-se "Sífu", "Mǔ qīn" e "Yì suì Xiāngjiāo". Quer dizer: mesmo defenestrado do Paiaguás, pós 2018, tem emprego garantido de garção em restaurante ou pastelaria típicos.

Em tempo: o "PFDB" da chamada é proposital. Vamos passar a empregá-lo a contar de hoje. Entenda o caso: depois que o Escândalo dos Grampos foi alçado à esfera do STJ – pelo cargo que exerce o indigitado tem prerrogativa de foro –, os meninos da PF assumem as investigações, aliás muitíssimo bem conduzidas pela Polícia Civil. Isto é: de todo jeito que se olha, o urubu tá preto, mizifio.

Este pobre marquês pode estar muuuito enganado com a cor da chita, porém, não arriscaríamos apostar um avo na morte política de Temer. Pelo contrário. O hoje presidente mais impopular da História não tem como cair mais nas pesquisas, ou seja, a tendência é arribar. E não estranhe se quem agora foge dele como o diabo da cruz, na campanha 2018, esteja disputando a tapa uma foto ao lado do "finado".