Compadre rico e/ou poderoso não tem vida fácil nesta época do ano. Se é as duas coisas, então... Jesus, Maria, José! Pelo menos enquanto desfruta destas benças, não escapa da ciumeira nem da própria filharada.
Foi este o padecer de Julio Campos, o Djulinho da Vadjú, na fase áurea, às voltas com os seus 500 afilhados. Júlio Neto, o primogênito, "batia birra" ao ver a sala até o guampa de pacotes coloridos e o dele quié bão... Nada!
"É pra não estragar a surpresa" – tentava explicar a mãe, Isabel, a "Poderosa". Mas o moleque só parava na Hora H do Dia D, quando toda a família reunida, via seu presente dependurado entre as luzinhas da árvore. Até lá, haja saco!
Natural esse mimimi, um mal de que não padecem todos os bacanudos e "numerosos" bafejados pelo poder e a fortuna. Tal binômio funciona como um irresistível chamariz no quesito "intimação" para o compadrio interesseiro.
Disto escapa o pobre ou remediado quando é ele o escolhido por alguém que fica bilionário e político influente – ou ambas as coisas a um só tempo – após o batizado consuetudinário. "Em compensação", colherá outros dissabores.
É o caso de quem vamos tratar neste Natal, curiosamente um cidadão que cultiva a tradição de enfeitar sua casa – até modesta pelos padrões dos bairros nobres de Cuiabá – e franquear a entrada de pais e crianças.
Acolhe a todos, indistintamente, paramentado de Papai Noel, com direito a ôh, ôh, ôh e palavras de ânimo e algum mimo aos pequenos. Só nesta Villa Real mantém essa tradição há mais de duas décadas. Religiosamente.
Supomos que movido pelo nome que recebeu na pia, há 64 anos. Por coincidência (?!!!) é xará de um dos Reis Magos, justo o que guiado pela Estrela levou à manjedoura a porção de mirra – nas antigas, reverência reservada aos Profetas.
Uma boa alma, por certo. Porém, foi o primeiro demitido de um carguinho que não pediu e exposto a execração, pelo pai cuja primeira filha, amparada em suas mãos, deixou de ser pagã. Improvisou-se uma desculpinha cambaia para tanto.
Urdiu-se uma trama, uma jogada de marketing, a fim de dar uma demão de seriedade a quem jamais teve, conforme atesta a caudalosa "capivara" de escândalos milionários em que se acha arrolado o compadre hoje bilionário, em dólares.
Havia, também, um quezinho de inveja doentia nisso, pois o santinho do pau-oco, sempre valendo-se da estrutura pública – helicóptero e doações da comunidade e do empresariado incauto – passou ele próprio a atacar de Papai Noel.
Não logrou levar avante a hipocrisia, tamanho o volume de patifarias com as digitais de sua mãozinha leve no usufruto da máquina estadual para inflar seu suspeito patrimômio, que decuplicou apenas nos primeiros quatro anos.
E o perseverante compadre lá, há mais de duas décadas, no mesmíssimo endereço, no presépio em que transformou sua casa – virou até cartão-postal da cidade – na mesma toada, embora preso a uma cadeira de rodas e a saúde avariada.
Ontem à noite, o senhor Balthazar Ülrick, o Compadre Noel, deu plantão na Avenida Rússia, nº 282, no Bairro Santa Rosa. Ele diz que foi a última vez, mas não é – Deus é Justo! Há de voltar a partilhar sua alegria e, sobretudo, sua Fé.
Pelas crianças, como em todos os Natais, foi confortado por sorrisos sinceros. Dos adultos, ouviu palavras de Esperança. Menos de Blairo Borges Maggi, o compadre podre de rico – e bota "podre" nisto! –, que agora não se mistura com quarqué.
Deixistá, jacaré, essa
lagoa ainda vai secá!
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Comentário de O Vigilante (denuncia_governo@zipmail.com.br) Em 25/12/2017, 20h53
Pobre Mato Grosso...
Que sina a deste Estado... Lugar até onde o seu mais famoso "Papai Noel" é "picareta"...
Até onde consta, o Papai Noel Pantaneiro foi condenado por estelionato; além disso, sobre o nobre semovente pesam algumas denúncias de fatos nada "edificantes" na época em que esteve à frente da CEASA...
Que draga, hein, Mato Grosso!
Completam-se, neste Natal, 40 anos da morte de Charles Chaplin. Ele morreu em 25 de dezembro de 1977 e, quase sem exceção, os obituários destacaram a importância da data.
Claro, ninguém escolhe o dia em que vai morrer, mas faz todo sentido que Chaplin, criador de um personagem imortal – Carlitos -, tenha se despedido justamente no dia em que a cristandade festeja o nascimento de Jesus Cristo.
Dirigentes do PMDB estabeleceram uma meta para decidir se o presidente Michel Temer disputa a reeleição em 2018. Ele precisa alcançar 10% de bom e ótimo e 20% de regular até meados de 2018.
Pesquisas qualitativas mostram que o presidente tem boa capacidade de recuperação da imagem. Diante da baixa popularidade dele, o partido vê aprovação até no regular.
O plano B da cúpula é o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD). O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), não é tido como candidato natural da aliança desde o desembarque dos tucanos.
Tricolor gaúcho primeiramente tentará negociar renovações, mas deve perder Fernandinho, Jael, Cristian e Bruno Rodrigo e ficar apenas com Bressan para 2018. Não há negócios avançado, apenas boatos sobre Marinho e outros 3 reforços.
Magistrados estaduais recebem mais “penduricalhos” do que juízes auxiliares e ministros de tribunais superiores, em Brasília.
De auxílio-moradia a “auxílio-livro”, essas indenizações nos contracheques de juízes e desembargadores dos Tribunais de Justiça (TJs) chegam a ser mais do que o dobro pago a integrantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Superior Tribunal Militar (STM).
Em média, a diferença no fim do mês é de R$ 5 mil ante R$ 2,3 mil.
O Brasil é dos pouquíssimos países que paga salários a vereadores e cargos similares. E paga muito bem.
São cerca de R$10 bilhões por ano com salários, auxílios, verba indenizatória e outras regalias pagas aos 57.736 vereadores eleitos no ano passado, segundo dados do Tesouro Nacional.
E esse valor pode ser muito maior, já que cerca de 80% dos municípios sequer se deram ao trabalho de disponibilizar informações contábeis e fiscais.