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Críticas Construtivas Se todo governante quer, por quê não?!!!

comTEXTO : 31 de Março, 1964

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07/11/2005- Talvani Guedes da Fonseca



CAPÍTULO XLIX

¨Estarei lá dentro, ouvindo o rádio¨, disse o dirigente sem demonstrar incômodo.

Discretamente, ao levantar-se, acrescentou:

¨Se quiserem conversar, a porta do quarto estará aberta, só encostada¨, nada mais disse e o fato é que ficou por lá, não voltou.

O que estaria por trás da sua indiferença?

Ele não deixou isso explícito se sua saída fora um pretexto para deixá-lo a sós com Sarita, para que ficassem juntos, e se fosse, que liberdade extraordinária!

¨O que existe entre vocês dois? Eu preciso saber¨.

¨Eu não preciso falar disso, não tem nada a haver¨, e Sarita parecia hesitante, pela primeira vez:

¨Eu não tenho homem, somos compatíveis, sim, mas só tivemos um caso e acabou, são águas passadas, ele é uma pessoa importante na minha vida, mas nosso jogo é aberto, sem cobranças; ele não tem objeções se eu der para você ou outro. Não tenho mais idade para essas coisas, sou sexualmente livre, e na vida, nenhuma lei de amizade vai me deixar de ter prazer, sou sã de corpo e espírito, aproveito ao máximo a minha liberdade, não me contento com um só mas não saio por aí dando para qualquer um, só deito com quem eu quero. O sexo me mantém jovem, o meu plano era trocar meu marido por um ou dois homens, mais jovens... mas, posso me contentar com um só.¨

Assim como fizera o dirigente, como que deliberadamente, para deixá-los a sós, impassível, também Humberto não parecia à vontade e indo para a cozinha, ao de lá voltar cantarolava ¨al di la que el mare é piu profondo¨.

Abrira um saco de leite e bebera dentro dele, todinho, seguindo depois para um dos quartos, com o saco de dormir embaixo do braço.

Temendo não sair ileso, se um dos dois companheiros surgisse de repente, estremeceu, o coração palpitava e quase parou ao ver que ela não tirava os olhos de cima dele.

¨Ih!¨, disse ela, surpreendendo-o, ¨perdi meu brinco, você não quer me ajudar a achar?¨, e no que ele abaixou-se para procurar, de leve roçou no seio dela e parou, estático, mas Sarita não tinha vaidade e sabia o que estava fazendo:

¨Dá uma vontade de tocar, não dá? Vai, toca¨, estimulou-o, e era uma ordem, e ele, ansioso, só alisou-os, de leve.

¨Não banque o ingênuo, esta é a minha zona erógena preferida, eu adoro quando tocam! Vai, toca, vai... está começando, estou sentindo que a erupção vai começar.¨

Para aliviar a tensão só havia uma saída, varrer a culpa, o derradeiro e maior obstáculo que teve que superar, a timidez, e ele disse:

¨Não falei sobre isto, mas estava na minha cabeça. Sabe? Você é muito linda, seu olho combina com o céu da minha terra! Quando eu a vi, vi que a desejava, foi imediato, o pau ficou duro na hora¨.

¨E eu percebi, fiquei toda molhada¨.

¨Como assim, molhada?¨

¨Ué!? Vocês homens têm ereção, nós, mulheres, pelo menos algumas, ficamos molhadinhas, embaixo...¨

Jamais tomara a iniciativa e estar sozinho com Sarita deixara-o ansioso. Resolvera-se a arriscar quando ela sugeriu que ele tomasse mais vinho: ¨Se solte!¨.

¨É muito esquisito que isso esteja acontecendo exatamente hoje¨, e ele queria mesmo iniciar um diálogo, mas a blusa de Sarita caíra para baixo dos ombros, ala arrancava-lhe a camisa e no escuro que continuava no apartamento, foi desabotoando-lhe o cinto, desabotoou-lhe a braguilha e ele, muito inseguro, advertiu que eles podiam ouvir:

Perguntou, louco para levar adiante o desejo de possui-la:

¨Vamos a algum lugar¨?

¨Não é assim que eu quero¨, disse ela, olhando-o nos olhos, ¨quero sem pressa, tenha paciência, preserve o prazer¨.

Ela o estimulava tanto que era preferível enfrentar o risco:

¨Você não se importa de mudar de lugar? Encoste-se¨, disse, incitando-o, e só esse aconchego proporcionou uma imediata ereção. Precisando se preparar para ver o que ia acontecer, armou-se de coragem se atreveu e foi emocionante quando ela deu o sinal verde, segurando-lhe uma das mãos, levando-a ao seio, pousando-a suavemente nele, o bico estava bem duro:

¨Seus seios são grandes, macios, retos...¨

Começavam a se olhar de forma diferente e aos poucos ele percebia que não precisava fingir, bastava deixar-se ser levado por ela a esmo e ser ele mesmo, o corpo ordenava, e levando-se em conta o seu estado emocional, de tensão, mais aconchegante do que ele pensava, Sarita manipulava-o se agarrando ansiosamente a ele.

Achou muito estranho, mas gostou, quando ela, com a boca, conseguiu de maneira incomum romper seu universo sexual mais secreto, quase sem poder respirar, sem ar, abocanhou-lhe voluptuosamente o pênis, com lascívia, e o melhor que ele, atônito, podia fazer, para tentar pelo menos abaixar a tensão, seria relaxar e esperar, mas, precipitada e instantaneamente algo intenso acontecera, e, num ato descontrolado de amor, finalmente aconteceu e ele gozou. Estava sendo mais do que pensou que seria e não havia escapatória, senão aceitar, absorver dela a herança de todas as fantasias, conforto que transcendia ao físico, uma força vinda de algo parecido com o que chamavam de espiritual.

Era muito bom para ser verdade. Depois da pausa necessária, ela passou a chupar devagar, mas de maneira gulosa, a ponto de deixá-lo espantado e ao mesmo tempo impressionado, ao pedir:

¨Avise-me se for gozar de novo, não quero engolir¨.

Com gulosas chupadas, e plena agressividade de fêmea, ela obrigava-o de vez a se submeter, e foi aí que de fato tudo começou, na primeira vez em que alguém, e era uma mulher, a chupar-lhe o sexo e ele não era nada de vítima inocente, ia em frente porque o pecado estava bom, gostoso, tanto que não agüentou e berrou alto.

¨Não queria ser tão direto nem fazer barulho¨, desculpou-se.

¨Sou diferente das pessoas normais que você conhece, sou especial. Você pode expressar-se à vontade, gritar, se quiser¨.

Descoberta finalmente a intenção de Sarita, não queria que aquele momento acabasse, entretanto, não podia evitar a preocupação com as condições acústicas da sala:

¨Os outros vão perceber¨.

¨E daí?¨

¨O que a gente precisava agora era de uma cama¨.

¨Você ficou vermelho!¨, disse Sarita, ¨vem comigo, vem¨, e, armada do colchonete, tirando-o do chão, ¨levemos conosco nossa alcova¨.

Sem fazer exigência alguma, só com o olhar e pronta ao ataque, pegando-o pela mão, disse:

¨Menino, quero que você me coma e vou ensinar-lhe tudo, você parece que é um bom aluno. Nós só precisamos é de mais vinho, vem comigo, vamos para o quarto de empregada, lá atrás¨.

...

Leia amanhã o Capítulo L

Jornalista, escritor e poeta norte-rio-grandense

  

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Diretora Executiva: Kelen Marques