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comTEXTO : Acerto de Contas
Representação fictícia de fatos reais
16/08/2005- Talvani Guedes da Fonseca
CAPÍTULO CCIII
Ali estavam, sem caminho de volta, se entendendo sem se falar, sem se olhar. Isabel surgira como um pontinho branco irradiado de luz, crescia lentamente, deixando-o interpretar por si mesmo seus gestos, sua linguagem, respondendo ao desafio do reencontro no lugar e na hora escolhidos por ela, explodindo de surpresa diante dele, com os olhos brilhando de alegria, num olhar que parecei-lhe mais negro, inquieto, e, no entanto, convidativo. Bela, com o rosto resplandecente de felicidade, vestida de branco e parada à sombra de uma árvore, sorria-lhe... ...Isabel apertou as mãos, bateu levemente o pé no chão...
...¨Eres tu? Todo bien? Mi corazón no quiere creir no que os meus olhos vêem! Acercate!¨...
...Perplexo, fez que sim com a cabeça, respondendo com um sorriso, misto de alegria e cautela...
...¨Sim, sou eu. É você, Isabel? Voltou para mim?¨...
...A surpresa o emudecia e ela permanecia em pé, parada...
...¨Bién! Ja me tienes aqui! Pués que tu no te alegras de verme?¨...
...¨Se não quero? Claro que quero, mas tenho medo de estragar esta segunda chance¨, respondeu e diante de tanta beleza, pensou e quase falou, nervosamente, ¨e muito mais do que para a satisfação da carne!¨...
...¨No tienes la certeza de lo que sientes por mí? Usted puede terse engañado con sus sentimiento, pues!¨...
...Depois de tanto tempo passado, enchia o coração de alegria ouvir novamente a voz amada...
...Em crescente exultação, sufocado de satisfação, caiu em gargalhada, de tão tenso; mal podia respirar...
...¨Não sei como explicar o que estou sentindo, Isabel. Devo estar sonhando! Me belisque, por favor!¨...
...¨Ahora solo tienes un camino a seguir, siempre a mi lado¨...
...Trocadas as primeiras palavras, nervoso e feliz ao mesmo tempo, tomando as mãos de Isabel, vendo-a desfalecer-se numa entrega de suavidade e paixão, varreu para longe todas as defesas e, derrubando as barreiras de tensão entre eles, tomou a iniciativa de beijá-la...
...Por favor, diga que não é um encanto!, suplicou...
...¨Ai, que guapo estás! Enfim te vejo, e não cessei de querer-te. É engraçado a gente se rever assim¨, disse Isabel, ¨pensei que você fugia de mim. Senti muito sua falta, meu amor! Me gusta gustarte! É um alívio ver-te novamente!¨...
...E disse mais, com todas as letras... ...¨estás guapísimo!¨...
...Prendendo-lhe braços, puxou-o para junto de si...
...¨Tenías ganas de verme? Tu me querias besar, no?¨...
...Dominado pela emoção, sob as bênçãos harmoniosas da natureza viva, um pôr-do-sol resplandecente atrás das árvores, sentiu enternecido o coração acalmar-se e beijou-a na rua forrada de flores...
...Umedecendo os olhos, em tom silencioso, Isabel murmurou...
...¨Tengo muchas cosas a té contar. Yo te amo¨...
...Palavras desnecessárias, porque os corações falavam calados, batiam ao mesmo tempo e no mesmo ritmo, no encontro da generosidade e da alegria de viver, que o acaso unira...
...Enlaçou-a pela cintura e conduziu-a vagarosamente pela calçada, trêmulo e ofegante, alisando-lhe a mão, como a esculpi-la, e caminhando sem nada dizer...
...Como se houvera planejado tudo, segura de si Isabel comportava-se com a maior desenvoltura do mundo...
...Relaxada, sorridente e satisfeita, Isabel nervosamente o pôs a par de tudo, da chegada, do novo apartamento alugado, da vinda próxima dos pais e de outro irmão e uma irmã, dos planos de ficar no Brasil um pouco mais, além do curso de odontologia.
CAPÍTULO CCIV
Cheia de cordialidade, quase maternal ela apertou-lhe mais forte a mão e confessou a verdade que o torturado espírito aguardava...
...¨Pensou que eu ia te deixar fugir?¨, perguntou e ainda o provocou...
...¨Achaste que eu o ia deixar jogar a vida fora, solamente porque eres demasiado viejo para mí?¨...
...Respondeu-lhe que, embora não rezasse desde criança, acontecera...
...¨Ajoelhei-me diante do mar e pedi a Iemanjá que trouxesse você de volta para mim. Supliquei que me amparasse o espírito na ausência de você, por não poder parar de pensar em você, desde a noite no Djalma. Estou surpreso e feliz por estarmos juntos. Eu temia que você não sentisse o mesmo por mim. Apaixonei-me desde que a vi, fiquei todos esses meses com meu pensamento onde você estava, no que você tocava, dizia ou fazia. Não consigo lhe dizer o que sinto agora mas posso garantir que vem de dentro do peito, que rouba o ar que respiro e já não sei se estou no chão ou flutuo, se estou louco ou são. Vejo você, toco você, quero beijar você, ter você, amar você e é impossível esconder o que sai de mim, agora, que independe da minha vontade, porque você é diferente de tudo o que já vivi. Ao perceber que ela aguardava o fim da confissão, continuou, sério, Eu sei que vou te causar dor, acredite...
...¨No me quieres? A mí me gustas tu! Yo pensaba que usted me amaba¨...
...¨Eu a amo, você sabe que eu a amo, mas estou confuso. Fuja daqui, de mim, é para o seu bem. Descobri que tenho medo de amar, Isabel. Não quero ferir seu coração com o emaranhado do que sou, do que fui, com as minhas esperanças e desesperanças. Que tenho para oferecer?¨...
...Interrompeu de novo a fala ensaiada e repetida tantas vezes e Isabel o instou a continuar, com um gesto quase imperceptível de cabeça, e, sem saber o que falar, desembestado, soltou...
...¨Quer saber? Fuja de mim, Isabel. Posso me envolver de tal forma com você que nada será capaz de nos separar, sem sofrimentos...
...¨Quieres que te olvide, que me afaste de ti? Pára com eso! Te digladias contigo mismo, peleando. No leíste las palavras finales de mi carta? Yo te dice, te gusto mucho. Sueño contigo, quiere estar contigo, decidime a vivir contigo, o, por lo menos, quedar-me cerca de ti. Sinta-me, y basta!¨...
...Pegando-o pela mão, caminharam calados e Isabel arrancou uma flor do canteiro da rua e o cheiro misturou-se ao dela, que prendeu-a no cabelo, tornando-se mais bela, em lentos e cuidadosos passos, flutuando...
... Clemente e carinhosa, omitiu Filipa, a festa....
...Ao contrário do que pensara, ao cruzar a rua, todo fim de tarde, ela não voltava da faculdade. Era exatamente o oposto...
...Ela morava perto no Edifício Manairama e de lá, àquela hora, saía para a faculdade. Alugara o apartamento de dois quartos e esperava os pais, que deveriam chegar dentro de alguns meses, cientes e de acordo com a decisão que a filha tomara, de viver com ele, de ficar ao lado. Provisoriamente, morava sozinha, à espera de Pablo, o irmão que se ausentara da cidade...
...Por não poder expressar todo o amor com palavras, nem de azul pintar a rua, não pintaria de azul os seus sapatos, como disse o grande Carlos Pena Filho, mas colhia ao pôr do sol flores frescas, de todas as cores, nos jardins das casas por onde passaram, completando o buquê de risos e felicidade que armara para Isabel, com uma rosa amarela, a mesma rosa amarela da qual falara o poeta pernambucano...
...Isabel sorria nervosamente, explicava que reporia as aulas e que, naquela tarde, com mucho gusto, faltaria à faculdade...
...A razão do sorriso nervoso era a impossibilidade de se amarem em plena calçada, diante dos transeuntes indiferentes à felicidade primária da humanidade, a identificação do homem e da mulher na entrega mútua de desejo, esperança, conforto, de almas que aquietavam de felicidade e desfilavam rua afora, abriam-se em beleza e graça...
...¨Quero passar bastante tempo com você. Sorria! d(eu)s está feliz, sorria!¨... e Isabel brincava de esconde-esconde...
CAPÍTULO CCV
Enchendo-se de vigor ao tornar-se parceiro da beleza, exibia a realeza da mulher amada, o andar do corpo moreno, torneado, suado e esbelto, pronto para ser amado, com toda a volúpia do universo...
...¨Tudo o que existe torna-se uma única coisa, quando se está feliz! E o que você pensou eu pensei, somos o universo¨...
...¨Como você sabe que eu pensei, neste exato momento, no universo?¨...
...¨Pergunte à sua compatriota, Rita Lee, ela disse que a gente faz amor por telepatia! Ou você nunca sonhou comigo?¨...
...¨Eu? Hã? Na verdade, teu lugar no meu pensamento é tão alto, mas tão alto que, se eu tentasse, no máximo beijaria teus pés¨...
...¨Um ótimo lugar para começar! Imaginei várias vezes você... me comendo, assim¨...
...Na aproximação de homem e mulher mais bem realizada da vida, feita de sobressaltados e condescendentes suspiros, apertos de mãos, sutis afagos e beijos, excitavam-se gradualmente ele contendo-se para não chamar atenção, pela ereção incontida, a calça estava úmida, manchada de esperma, procurava desviar-se dos olhares dos que passavam... ...¨d(eu)s está feliz na harmonia de tudo o que existe!¨...
...Cada vez mais desejava conhecer a intensidade dos desejos, não do pensamento de Isabel, que começara a sedução. Ela conduzia cada passo, assinalava com picantes e sugestivas passagens da língua sob o lábio inferior, um olhar guloso, a insinuação de que vira o tesão avolumado, que pressionava as coxas, com força...
...¨Quer saber?¨, sussurrou, ¨yo tambiém estoy todita molhada¨...
...Pela entrada leste do edifício Manairama conduziu-o a uma escada, um corredor, e, parada diante da porta de um apartamento do primeiro andar, anunciou...
...¨Este é o nosso lugar, bienvenido a mi casa, bienvenido a mi corazón. Aqui poderemos ficar quanto tempo quisermos, a sós¨...
...O pequeno e íntimo apartamento de quarto e sala refletia pela modéstia a condição social e econômica de estudante estrangeira...
...Nitidamente, naquele momento, por um fio invisível o centro do equilíbrio universal desceu do nada, envolvendo-lhes os corpos com descargas magnéticas, pulsações irresistíveis de energia que os tornavam partes vivas e ativas do todo, no mais alto grau de intimidade que pode haver entre duas pessoas, e o amor, em toda a sua grandeza, liberou os dois corpos colados e cheios de desejos, atraindo-os ao jogo erótico, um jogo a ser desfrutado com paciência ilimitada, e em que ambos, como dádivas, ofereciam-se um ao outro...
...¨Estoy caliente; quieres bañarse?¨, perguntou Isabel e deixou a sala, correndo para o banheiro...
...Excitado com a insinuação, o anúncio explicito de preparação para o amor carnal, respondeu que se banhara pouco antes de encontrá-la e, como criança que brinca de médico e não sabe o que fazer na hora da ´descoberta´, esperou-a até sua silhueta deliciosa sair do banheiro, perfumada dos pés à cabeça, vestida apenas com uma camisola transparente, especialmente reservada para àquela ocasião em que aspergiam o perfume do incenso que ela acendera ao entrarem no apartamento, num ritual simples de purificação do ambiente.
CCVI
Isabel começou a falar de sexo e disse que a primeira vez que o vira sentira grande atração, anunciando que estava com mucha vontade de fazer amor, mas tudo o que ouviu de volta foi ele dizer, perplexo e abestalhado...
...¨Você está linda¨...
...Pegando-o pela mão, suspirando serenamente, consciente do propósito, Isabel deixava-se seduzir, seduzindo-o e foi mais direta do que ele poderia imaginar...
...¨Deseo amar você, agora¨, e a um contato mais íntimo, ao sentir-se acariciada por baixo da camisola, ela disse que gostava de deixar-se ver nua, dos pés pequenos às mãos finas, e com os cabelos soltos sobre os ombros, provocou-lhe ainda mais desejo...
...Tirando a camisola por cima da cabeça, ao deixá-la cair desvelou a imagem dos seios claros, delicados e firmes, arfando rapidamente, deflagrando-lhe prolongada ereção...
...Chupou-os inteiros, um de cada vez dentro da boca, ela pediu-lhe para não ter pressa, estendendo-se em seguida no leito, exibindo suas belíssimas formas, nuas...
...Maravilhado, não por imperativo do pudor, mas por costume, puro hábito nordestino, dizendo que no escuro era melhor, ele apagou a luz, mas, Isabel disse para reacendê-la...
...¨No claro, por favor. Quero ver tudo¨...
...Seu rosto corara, uma onda de calor corria-lhe pelo corpo, brilhava nos seus lábios úmidos um sorriso trêmulo e ela, com a respiração acelerada, os olhos semicerrados, febril de desejo, avançando impaciente em direção à cópula, tensa, entre um beijo e outro repetia...
...¨Soy muy melosa y tatil, me gusta mucho sus besos¨...
...Momento sagrado, único, entre duas pessoas, o encontro dos sexos, pênis e vagina dominando tudo, as vontades, a respiração, o desejo, enfim...
...Oferecendo com sensualidade e sem pudor seu corpo nu, cheirando a lavanda, em ambos só havia ansiedade...
...Sensível como nunca ao prazer erótico do jogo de apelos sedutores, compreendia que ela esperava que a tomasse nos braços de vez e, ao desabotoar a camisa, surpreendeu-se porque não se constrangera ao despir-se, quando atirou-a ao chão...
...Deliciado com a prelibação do gozo, feita com tanta desenvoltura, desprovera-se totalmente de vergonha... Tremeu ao ouvi-la...
...¨Estoy quierendo su cuerpo... Faz amor comigo ahora, faz... venga¨...
...Para sua própria excitação e do parceiro, pronta para fazer amor, com o coração disparado, tensa, no auge do apetite sexual Isabel masturbava-se, com a palma de uma das mãos aberta na superfície do sexo molhado...
...A outra, estendeu-a na direção do pênis, enorme, pulsante, e agarrando-o habilmente, trouxe a glande até os seios, umbigo, arrastou-o ao redor da vulva, apertou-a e disse...
...¨Eu gosto muito quando tu caricias mio sexo¨...
...Esparramando-se na cama, com todo o fogo aceso, dominada por ardente e renovado desejo, enrolando-se nele com tanta ânsia que tremia, sorriu de alegria, nervosamente, soprou-lhe no ouvido...
...¨Haga lo que tu quieres, rápido¨...
...Num anseio inquieto, tensa, ofegante, contorcendo-se no atrito dos seios macios e túmidos de desejo, ouvindo-lhe bater o coração e sentindo o calor do corpo do parceiro, liberando a inibição, antes de entregar-se de vez à sensualidade, com os olhos faiscando de puro êxtase Isabel exibiu toda a sua feminilidade, estreitando-o nos braços com mais força, num gesto de impaciência, balançando a cabeça, exclamou...
...¨No tengo miedo. Venga, por favor! Siento placer en mí entregar, todita!¨
CAPÍTULO CCVII
A irrecusável solicitação vinha no momento certo, grandiosa, e, não podendo por mais tempo resistir ao desejo de saciá-la, com a boca seca e o coração disparado, ele liberou a paixão, reprimida durante meses e precipitou-se. Enlaçou-a, respirou o calor e o perfume da pele macia e sedosa, de pêssego e creme, como penugem de recém-nascido, sentiu a pulsação surda do peito de Isabel, e havia em tudo o frescor de virgem, de primeira vez, até nas perguntas que fazia...
...¨Puedes decirme que diferença há entre quiero dar para ti y quiero que me comas?¨, perguntou, sem ter nem quê...
...Enrubescida, fechando os olhos, obedientemente tomou-lhe uma das mãos, pô-la sobre os seios e guiando-a gentilmente, deslizou-lhe suavemente os dedos sobre a mama, que ele apertou carinhosamente, passou a língua no bico inchado, endurecido, lambeu-o enquanto tateava com a mão o sexo suado, explorou o alvo final do prazer, a intimidade da vulva, acariciou-a com toques dos dedos, moveu-os bem no meio dela, mais fundo, até ouvi-la, submissa, dizer aos seus comandos...
...¨La primera vez siempre es distinta, no vas tan rápido que puede me hacer daño... Si vienes con la fuerza, duele... No tiengas prisa, amor... Así, sí, vienes despacio. Quero chegar junto, mas vamos fazer amor como se fossemos um fogão à lenha, que demora a acender, vamos fazer sexo com prazer, amor¨...
...¨Mas sexo não é invenção humana, Isabel, é animal, instinto, é a excitação recíproca do homem e da mulher. Así, amor...eso... muévete despacio¨...
...¨Como? Não entendi¨...
...¨Venga devagar, muevate devagar¨, e em português, ¨devemos tirar nosso prazer um do outro¨...
...Meio em soluços, puxando-o para cima do seu corpo, advertiu...
...¨Tenho medo que doa¨...
...Pelo tom de voz, parecia de fato preocupada...
...Infiltrada pelas venezianas da janela, dando-lhes a bênção nupcial e envolvendo-os com sua agradável luminosidade, acariciando-os, a lua criava na penumbra uma atmosfera que tornava Isabel a deusa do amor, a mais maravilhosa Vênus da terra...
...Com a mão na boca, ela pediu para ficarem calados, mas ele, aproximando o rosto contra os seus olhos negros, insistia em puxar assunto. Apertando-a contra si, disse-lhe que falar fazendo amor era bom e, de maneira inesperada, sem querer ele comentou o primeiro pensamento que lhe passou pela cabeça...
...¨Eu queria ser o primeiro¨...
...¨E serás, amor¨...
...Sem assunto e sem haver entendido se ela dissera ou não que ainda era virgem, disse outra besteira...
...¨Aristóteles não entendia de mulher¨, sua voz saiu abafada, arfante, quase em sussurros...
...¨O quê? Quem?¨...
...¨Nada não, esqueça¨...
...¨Agora, fala...fala...rápido!¨, reclamou, impaciente...
...¨Por que fui falar! Tá bom! Aristóteles, o grego, disse que o macho é superior e que a fêmea é inferior, por natureza¨...
...¨Ni mierda!¨...
...¨Porque o macho controla, domina, e a mulher é dominada¨...
...¨Cretino! Olhe para o meu rosto! Mira se quiero hablar ahora!¨...
...Sentando-se, respirando com dificuldade, ela disse...
...¨Sexo não é só vagina, dedo e pênis, amor! E esse grego não entendia ou não gostava de mulher¨....
...Olho no olho, falou...
...¨De qualquer modo, foi bom. Me encanta oyrte comendome!¨...
...E todo o ímpeto do desejo voltou a aflorar...
...¨Mas, Aristóteles não era idiota¨...
...Recomeçando o jogo de prazer, excitada, Isabel se esfregava nele cuidadosamente, bem devagar e, não suportando mais a ardência do sexo, dos lábios da vulva, entumecidos, inchados, pediu-lhe que a masturbasse mais...
...¨Vai, amor...fala, vai... fala... É bom ouvir-lhe a voz. Espera! Não quero gozar logo... Só mais um pouco... vai, devagar, isto... assim... Me beija!¨...
...Moldando-a ao seu desejo, e à espera da química ideal, do momento vital, ele falava o que lhe veio à mente, e o que lhe vinha à mente, naquele instante, era o tesão, a vontade de comê-la, de gozar, gozar repetidas vezes...
...¨É nossa primeira relação, amor. Vamos com calma¨, disse e iniciou o sexo oral, beijando-a com lento prazer, de cima para baixo, no pescoço, braços, na mais crescente excitação.
CCVIII
Sem conseguir conter a respiração, Isabel deixava-o explorar com a língua, à vontade, centímetro por centímetro das suas pernas, coxas, dos lábios úmidos da vagina, que se abriam. Sentindo a sensação de liberdade completa, ele a beijou fundo, conduzindo as mãos pelos lugares que queria, acariciando-lhe o clitóris, as zonas erógenas abaixo dos seios, as costas, principalmente a parte interior das coxas. Ela, se entregando sem medo, olhou o pênis ereto descortinando-se à sua frente, observou-o com interesse, apalpou-o com ambas as mãos, esfregou a glande na abertura do corte vertical da vulva, avermelhada, bem no centro das pernas, e, com a cabeça jogada para trás, num impulso sexual irresistível, selvagem, quase animal, escancarou-se e, súbita de euforia, ergueu as pernas de surpresa e entrelaçou-o nos ombros, puxando-o para dentro de si...
...¨No te detengas!¨...
...Movimentando-se muito, contorcendo-se, estremecendo de prazer, em agudos gemidos, seguidos de intensos soluços, carregados de ansiedade, ela arquejava no mesmo ritmo em que se contraíam e se dilatavam os pequenos lábios e, quando a língua tocou o clitóris, num grito cruciante, explodiu, com toda a energia corporal, e não resistiu a vertigem, entrando em estado de inconsciência parcial, em profundo estupor e teve, então, com total espanto, seu primeiro e insuperável orgasmo...
...Enrijecido, aumentando de tamanho, o pênis tornara-se uma força ativa, independente. Apto à quebrar as últimas resistências e aversões do cérebro ao sexo, pronto para ejacular, rijo, com leves empurrões, suavemente, entrou e saiu várias vezes do canal vaginal, em espontâneo afrouxamento, embrenhando-se no fundo dos segredos de Isabel...
...Ambos sabiam que gozariam quando quisessem...
...Para que apressar?...
...Sentindo o cheiro ácido do sexo, da secreção que lhes enlambuzava as coxas, com uma das mãos pegou o pênis avantajado e roçou-o nos pelos púbicos...
...¨É agora, amor¨, disse ele, ¨pode doer um pouco, mas não deve sangrar¨...
...¨Poco importa!¨, respondeu e ralhou, em espanhol, ¨ponga todita su esencia dentro de mi, se houver dor, eu acho o prazer. Vem!¨, insistiu em português, ¨que eu vou junto com você¨...
...O pênis entrou, impetuosamente, enredando-se em fricção contínua na apertada vulva, quanto mais entrava e saía mais se alargava o diafragma e, ao interromper uma vez o movimento, isso quase a levou à loucura...
...¨Non, non pára! Violentame! Violentame!¨...
...A vagina se contraía, expandia-se e abria-se, pulverizada de esperma quente, e a resposta vinha em forma de espasmos, como sustos, em violenta intensidade e na expressão máxima, misturada, de prazer e dor. Ela grunhia, reagindo às pulsações do pênis no seu interior...
...Expelido em jatos mornos, cremosos, o líquido do esperma causava-lhe verdadeiro cataclismo interno...
...¨Nada se compara a isso! Es lindo...es lindo! Tu pulsas dentro de mi cuerpo!¨...
LEIA AMANHÃ OS CAPÍTULOS CCIX, CCX, CCXI, CCXII, CCXIII E CCXIV
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